O Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou as prisões de Thales André Pereira Maia e do advogado Thiago Sulino de Castro, detidos durante a operação Máximus, da Polícia Federal (PF), que investiga um suposto esquema de venda de sentenças no Judiciário do Tocantins. Ambos estavam presos desde 23 de agosto e foram liberados nesta sexta-feira, 13, mas terão que usar tornozeleira eletrônica e cumprir outras medidas cautelares.

Thales Maia, filho do desembargador Helvécio de Brito Maia Neto, e Thiago Sulino de Castro são investigados por supostamente atuarem como intermediários na negociação de decisões judiciais. Segundo o STJ, eles teriam acesso a magistrados e autoridades do Tribunal de Justiça do Tocantins. A operação também resultou no afastamento do desembargador Helvécio e dos juízes José Maria Lima e Océlio Nobre da Silva.

A decisão de revogação das prisões foi assinada pelo ministro João Otávio de Noronha, que determinou o monitoramento dos investigados por meio de tornozeleira eletrônica. Eles também estão proibidos de entrar em qualquer unidade do Judiciário, inclusive em ambientes virtuais, e de manter contato com outros investigados, exceto familiares diretos.

A defesa de Thales afirmou que pretende comprovar a inocência de seu cliente ao longo do processo. Já a defesa de Thiago Castro sustentou que a prisão foi ilegal desde o início e que a narrativa da acusação será refutada no curso das investigações, que correm sob sigilo.

A operação Máximus foi deflagrada com base em interceptações de mensagens e documentos que apontam a cobrança de propinas para beneficiar empresas em decisões judiciais, além de supostas influências na escolha de membros do Judiciário e favorecimentos em questões fundiárias. O caso veio à tona após a denúncia de uma advogada sobre um pedido de “reforço” para garantir um voto em um julgamento envolvendo conflitos fundiários.