Após queda da ponte JK, Ministério Público do Tocantins recomenda pavimentação da TO-126 no Bico do Papagaio

16 janeiro 2025 às 16h53

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A 1ª Promotoria de Justiça de Tocantinópolis, por meio do Ministério Público do Tocantins (MPTO), emitiu uma recomendação ao governador do Estado, ao presidente da Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura do Tocantins (Ageto) e ao procurador-geral do Estado para a pavimentação asfáltica de um trecho de 36 quilômetros da rodovia TO-126, entre o povoado de Ribeirão Grande e o município de Maurilândia do Tocantins.
A recomendação foi expedida na última segunda-feira, 14, e reforça a urgência das obras devido à importância estratégica do trecho para a circulação viária, segurança e inclusão socioeconômica da região do Bico do Papagaio, principalmente após o colapso da Ponte Juscelino Kubitschek, na BR-226, ocorrido no dia 22 de dezembro.
A TO-126 é essencial na conexão entre o norte do Tocantins e o Maranhão após a interrupção da ligação viária entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA) pela BR-226. O aumento do tráfego, sem a pavimentação, resulta em sérias dificuldades de trafegabilidade, especialmente para veículos de pequeno porte e caminhões, comprometendo a circulação de pessoas e o transporte de cargas.
Além disso, as condições precárias da rodovia agravam os problemas de infraestrutura e cidadania nas aldeias da Terra Indígena Apinajé, dificultando o acesso da população a serviços essenciais como saúde, educação, transporte escolar e coleta de lixo. Durante audiências públicas e visitas à região, líderes indígenas expressaram apoio à pavimentação, apontando a melhoria nas condições de vida como um dos principais benefícios da obra.
O MPTO orientou o Estado do Tocantins a tomar as providências necessárias para a conclusão das obras no prazo de até 10 meses. A recomendação também estabelece que, dentro de 15 dias, sejam apresentadas informações detalhadas sobre o orçamento, licenciamento ambiental, estudos, projetos e cronograma de execução.
A pavimentação da TO-126 é vista como crucial para evitar o sobrecarregamento de outras rodovias estaduais, como a TO-134 e a TO-201, além de reduzir a dependência das travessias por balsas e otimizar o tempo de percurso.
O Jornal Opção Tocantins solicitou manifestação do Governo do Estado quanto a recomendação do MP. Por nota, a Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura (Ageto) informou que o trecho está dentro de uma área indígena, e que, em decorrência disso, o processo de documentação requer maior prazo para conclusão. Destaca ainda que a Ageto tem contrato assinado com a empresa responsável e que já emitiu a Ordem de Serviço (O.S) para a elaboração do projeto.