Área de preservação ambiental do Jalapão faz 24 anos de história na preservação do Cerrado

31 julho 2024 às 12h49

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Nesta quarta-feira, 31, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Jalapão, que se estende por mais de 400 mil hectares nos municípios de Mateiros, Novo Acordo e Ponte Alta do Tocantins, faz 24 anos de existência. Servindo como uma zona de amortecimento para o Parque Estadual do Jalapão (PEJ), a APA estabelece uma conexão ao sul com a Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins e ao oeste com o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba. Com essa localização estratégica, a área faz parte do corredor ecológico Jalapão/Mangabeiras, que abriga espécies como o lobo-guará e o pato-mergulhão.
Desde 2007, foram implementadas ações voltadas à conservação do pato-mergulhão, uma das aves mais ameaçadas das Américas e uma das mais raras do mundo, que foi reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente como símbolo das águas brasileiras. Desde 2008, o pato-mergulhão também está representado no Grupo de Assessoramento Técnico (GAT) do Plano de Ação Nacional (PAN) para a espécie.
Rejane Nunes, supervisora da Unidade de Conservação (UC), destaca que a APA se concentra em três áreas principais: o Manejo Integrado do Fogo (MIF), o turismo comunitário e o extrativismo sustentável.
“A APA foi criada para organizar o território, regular o uso do solo e proteger os recursos hídricos. Durante meu tempo na supervisão, focamos no manejo comunitário do fogo, no extrativismo sustentável através da Rede Jalapão, e no turismo de base comunitária. A APA visa conservar o Cerrado enquanto respeita o modo de vida das comunidades, promovendo a melhoria na qualidade de vida e segurança alimentar”, explicou Rejane Nunes.
A supervisora aponta que a gestão eficaz da Unidade de Conservação começou em 2015, com a implementação do Manejo Integrado do Fogo de Base Comunitária (MIFBC), uma das principais estratégias para a gestão da área. O objetivo é equilibrar a conservação ambiental com os modos de vida tradicionais, melhorar a qualidade de vida e a segurança alimentar dos residentes. Tornar os atrativos naturais acessíveis a todos é um princípio fundamental da gestão, evidenciado pelas visitas da comunidade local, especialmente dos mais velhos, aos pontos de interesse natural da UC.
Um exemplo é Albeniza Pereira Alves, de 65 anos, que, nascida e criada na região, visitou recentemente a Cachoeira da Velha e a prainha do Rio Novo, onde desfrutou de um banho de rio “Sou muito feliz de ter nascido e criado aqui, nesta região, junto com toda a minha família, tenho um filho, oito netos, sete bisnetos e cuido de meu pai. Achei bonito demais, tenho Rejane como minha amiga, que sempre me trata com muito carinho e me trouxe para conhecer estes lugares que ainda não conhecia”, relatou Dona Albeniza.
Desde o ano passado, a APA do Jalapão recebeu uma equipe de brigadistas, para dar continuidade ao plano de manejo da área, que é baseado na gestão participativa. Além disso, a área de conservação obteve equipamentos essenciais para a prevenção e combate a incêndios florestais e estabeleceu acordos de cooperação com instituições parceiras.