Brasil registra redução do investimento em educação no entre 2015 e 2021
10 setembro 2024 às 09h33
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Entre 2015 e 2021, o investimento público em educação no Brasil teve uma queda média de 2,5% ao ano, conforme dados do relatório “Education at a Glance” (EaG) 2024, divulgado nesta terça-feira (10) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em contraste, os países da OCDE registraram um aumento médio de 2,1% ao ano nos investimentos em educação, abrangendo os níveis fundamental, médio e superior.
O Brasil também investe menos em valores absolutos do que a média dos países da OCDE. No ensino fundamental, o gasto anual por aluno no Brasil é de US$ 3.668 (aproximadamente R$ 20,5 mil), enquanto nos países da OCDE esse valor atinge US$ 11.914 (R$ 66,5 mil). No ensino médio, o investimento brasileiro é de US$ 4.058 (R$ 22,6 mil), comparado a US$ 12.713 (R$ 71 mil) nos países da OCDE. No ensino superior, o Brasil investe US$ 13.569 (R$ 75,8 mil), enquanto a média da OCDE é de US$ 17.138 (R$ 95,7 mil).
A participação dos gastos públicos com educação no total das despesas do governo também diminuiu no Brasil, passando de 11,2% em 2015 para 10,6% em 2021. Apesar disso, esses percentuais continuam superiores à média dos países da OCDE, que também registraram uma leve queda de 10,9% para 10% no mesmo período.
Salários e carga horária de professores no Brasil
No Brasil, os professores ganham menos e têm uma carga horária maior em comparação com os profissionais dos países da OCDE. Em 2023, o salário médio anual dos docentes do ensino fundamental (6º ao 9º ano) foi de US$ 23.018 (R$ 128,4 mil), 47% abaixo da média da OCDE, que é de US$ 43.058 (R$ 240,2 mil). Além disso, os professores brasileiros lecionam 800 horas por ano, acima da média da OCDE, que é de 706 horas.
O número de alunos por professor também é superior no Brasil. Nos anos iniciais do ensino fundamental, a média é de 23 alunos por professor, enquanto a OCDE registra 14. Nos anos finais do fundamental e no ensino médio, o Brasil tem 22 alunos por professor, enquanto a média da OCDE é de 13.
O relatório ressalta que a relação entre alunos e professores deve ser ajustada às especificidades de cada país, já que um número menor de estudantes por docente pode melhorar a atenção individual, mas também exige maiores investimentos com pessoal.
O EaG fornece indicadores que permitem comparar os sistemas educacionais dos países participantes. O Brasil faz parte do relatório desde sua primeira edição, em 1997, e é um dos candidatos a integrar a OCDE, uma organização econômica formada por 38 países-membros.