Celebrada por cristãos em todo o mundo, a Sexta-Feira Santa — também conhecida como Sexta-Feira da Paixão — marca o dia da crucificação de Jesus Cristo. É um dos momentos mais solenes do calendário religioso, carregado de simbolismo e tradições. Mas além da liturgia e da fé, a data também é cercada por curiosidades, hábitos culturais e até alguns mitos que atravessam gerações. Confira:

1. Um dia de silêncio e jejum

Em muitas igrejas, especialmente as católicas, a Sexta-Feira Santa é marcada por silêncio e oração. Não há missa tradicional — em vez disso, celebra-se a ação litúrgica da Paixão do Senhor. Fiéis são convidados ao jejum e à abstinência de carne, como forma de penitência e respeito pelo sacrifício de Cristo.

2. Por que a carne vermelha é evitada?

O costume de não comer carne vermelha vem da tradição de penitência. A carne, por representar um alimento nobre e festivo, seria deixada de lado em sinal de humildade. Por isso, o peixe, mais simples e simbólico na Bíblia, acaba sendo o protagonista nas mesas brasileiras.

3. O dia em que não se celebra missa

É uma das poucas datas do ano em que não se celebra Eucaristia. Em vez disso, há a adoração da cruz e a comunhão com hóstias consagradas na Quinta-Feira Santa. O altar permanece desnudado, sem toalhas ou velas, reforçando o luto.

4. A origem do termo “Paixão”

“Paixão”, no contexto da Sexta-Feira da Paixão, não tem a ver com amor romântico, mas vem do latim passio, que significa sofrimento. Refere-se ao sofrimento físico e espiritual de Jesus em seus últimos momentos.

5. Encenações da Paixão são tradição popular

No Brasil e em muitos países, grupos teatrais e comunidades organizam encenações da via-sacra ou da Paixão de Cristo. Uma das mais famosas é o espetáculo realizado em Nova Jerusalém (PE), considerado o maior teatro ao ar livre do mundo.

6. Mitos populares continuam vivos

Muita gente ainda acredita que não se pode varrer a casa, costurar, tomar banho de rio ou mexer com facas na Sexta-Feira Santa — práticas que teriam ligação com respeito à dor de Cristo ou com o medo de atrair “castigos”. Embora não tenham base religiosa oficial, essas crenças fazem parte do folclore brasileiro.

7. A cor litúrgica do dia é o vermelho

Nas celebrações da Sexta-Feira Santa, os padres usam paramentos vermelhos, que simbolizam o sangue de Jesus derramado na cruz. É uma das poucas vezes no ano em que essa cor aparece nas cerimônias religiosas.

8. Data móvel no calendário cristão

A Sexta-Feira Santa não tem uma data fixa. Ela ocorre sempre na sexta-feira anterior ao Domingo de Páscoa, que, por sua vez, é celebrado no primeiro domingo após a primeira lua cheia do outono (no Hemisfério Sul). Por isso, a data varia entre março e abril.

A Sexta-Feira Santa é um convite à reflexão, mas também um retrato da riqueza cultural e espiritual que envolve a tradição cristã. Entre fé, memória e simbologia, ela segue como um dos rituais mais profundos do calendário religioso.