Em Guaraí, Polícia Civil investiga se homem suspeito de feminicídio matou e incinerou ex-companheira em cerâmica

04 abril 2025 às 16h54

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Nesta sexta-feira, 4, a Polícia Civil do Tocantins, por meio da 5ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC – Guaraí) e do 4º Núcleo Regional de Perícias, deu continuidade às investigações sobre o feminicídio e a ocultação de cadáver de Míria Mendes Souza, de 19 anos. A jovem, que desapareceu em 18 de agosto de 2023, teria sido vítima do principal suspeito, A.G.O., de 52 anos, com quem mantinha um relacionamento afetivo.
De acordo com o delegado Joelberth Nunes, as diligências foram fundamentais para confrontar as diversas contradições apresentadas pelo suspeito. “Em todas as vezes em que foi ouvido pela Polícia Civil, o investigado apresentou versões divergentes dos fatos, alterando suas narrativas e omitindo pontos relevantes. Mesmo diante de inúmeros indícios de autoria, ele insiste em negar qualquer envolvimento no desaparecimento da vítima”, afirmou.
A investigação também revelou que o suspeito tentou desviar as atenções de um possível desentendimento entre ele e Míria no dia do desaparecimento, alegando que a briga teria ocorrido com uma funcionária da residência. No entanto, a testemunha foi ouvida e negou qualquer tipo de conflito com a vítima, assegurando que, durante o tempo em que trabalhou na casa, não houve qualquer desentendimento com Míria. “A referida funcionária foi ouvida e negou veementemente qualquer desentendimento com Míria, afirmando que, durante todo o período em que trabalhou na casa, jamais teve qualquer tipo de conflito com a vítima”, explicou o delegado Antonione Vandré de Araújo, que também acompanha o caso.
Outro ponto relevante das investigações envolveu uma denúncia de agressão anterior, quando o suspeito teria empurrado a vítima de um veículo em movimento, em um episódio que remete a outro caso de violência cometido contra uma ex-companheira, registrado em uma cidade da região do Bico do Papagaio. “Episódio que guarda semelhança com outro caso anterior, registrado em uma cidade da região do Bico do Papagaio, quando ele adotou a mesma conduta violenta contra uma outra ex-companheira”, informou o delegado Antonione, acrescentando que o suspeito já responde a dois procedimentos criminais graves relacionados à violência doméstica, incluindo uma denúncia de tortura por parte de uma terceira ex-companheira.
A Polícia Civil também recebeu informações de que o corpo de Míria poderia ter sido jogado pelo suspeito na fornalha de uma cerâmica, mas, até o momento, os informantes que relataram essa possibilidade se recusaram a formalizar suas declarações ou revelar suas identidades, alegando medo do investigado. “A Polícia Civil já recebeu informações fidedignas de que o corpo de Míria teria sido jogado pelo suspeito na fornalha da cerâmica. No entanto, até o momento, todos os informantes, que relataram essa possibilidade, se recusaram a formalizar suas declarações ou a informar suas respectivas identidades, relatando intenso temor em relação à periculosidade do investigado”, destacou o delegado Antonione.
O suspeito encontra-se preso preventivamente e aguarda a conclusão do inquérito e da instrução processual penal. A Polícia Civil segue com as investigações, tratando o caso com a máxima prioridade devido à gravidade dos fatos e ao histórico de violência do suspeito. Novas diligências estão previstas para os próximos dias.
A Polícia Civil solicita que informações que possam auxiliar na resolução do caso sejam enviadas de maneira anônima pelos canais oficiais da instituição, incluindo o WhatsApp (63) 3464-1418.