A Polícia Federal, com autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ), investiga irregularidades e desvios de recursos na distribuição de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19 no Tocantins. Entre os alvos, está um empresário que teria recebido auxílio emergencial pouco antes de sua empresa fechar contratos que somam R$ 12 milhões. Ele nega as acusações e alega ter apenas emprestado a empresa.

Na quarta-feira, 21 de agosto, foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão na operação Fames-19, incluindo residências do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), de dois filhos e da primeira-dama. Segundo a PF, o esquema envolve quatro núcleos: político, empresarial, servidores públicos e lavagem de dinheiro.

O sócio da MC Comércio de Alimentos teria recebido parcelas do auxílio emergencial entre maio e setembro de 2020, antes de a empresa ser contratada em 18 oportunidades para fornecer cestas básicas e frangos, totalizando R$ 12,27 milhões. Documentos da PF indicam que a empresa mudou de ramo, passando da construção civil para alimentos, semanas antes das contratações.

Respostas dos envolvidos

  • Macione Costa de Oliveira (sócio da MC Comércio): afirma que não sacou o auxílio emergencial e que as parcelas retornaram aos cofres públicos. Declarou ter “emprestado” a empresa durante uma campanha política em Ananás, no norte do estado.
  • Wanderlei Barbosa: o governador afirmou que não teve participação nos contratos e que está à disposição para colaborar com as investigações. Disse que sua citação está relacionada apenas a um consórcio informal de R$ 5 mil.
  • Primeira-dama Karynne Sotero e Léo Barbosa (deputado estadual): ambos declararam tranquilidade e confiança na Justiça. Karynne ressaltou que não fazia parte da gestão durante o período investigado.