O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez seu primeiro discurso anual do Estado da União nesta terça-feira (4). A tradição, que reúne membros do Congresso, do Judiciário, secretários da Casa Branca e parlamentares, foi marcada por um clima de tensões políticas. O evento é uma oportunidade para o presidente fazer um balanço de suas ações e apresentar seus planos para o futuro do país.

Os parlamentares republicanos aplaudiram as propostas de Trump, enquanto os democratas se manifestaram com cartazes protestando contra pontos da administração, como “Musk rouba”, “Protejam os veteranos” e “Salvem o Medicaid”. 

Pontos do discurso 

Ao longo de quase duas horas de fala, Trump abordou uma série de temas. Ele falou sobre planos de expansão geopolítica, incluindo a proposta de mudar o nome do Golfo do México, retomar o controle do Canal do Panamá e até incorporar a Groenlândia aos Estados Unidos. Além disso, fez duras críticas à administração do presidente Joe Biden e falou a respeito da economia, imigração, e relações internacionais, incluindo uma referência ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Medidas anunciadas

Entre as principais ações anunciadas, Trump destacou o avanço nas deportações de imigrantes ilegais e a saída dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde. Também anunciou o fim de algumas medidas ambientais implementadas pela gestão Biden e planos de estimular a indústria naval americana. 

Outra novidade foi o anúncio de tarifas recíprocas, a serem aplicadas a países que taxam produtos dos EUA de forma considerada injusta, com início previsto para abril.

Em um momento importante do discurso, Trump fez sua primeira menção positiva a Zelensky, o presidente da Ucrânia, desde uma discussão pública recente. Ele revelou que havia recebido uma carta de Zelensky, na qual o líder ucraniano se mostrou disposto a reiniciar negociações sobre a exploração de minérios raros em seu país.

Trump também usou o discurso para reforçar sua visão de restaurar a “Era de Ouro” dos Estados Unidos. Ele criticou figuras do Partido Democrata, como a senadora Elizabeth Warren e a ativista Stacey Abrams, e atacou políticas de diversidade e inclusão, dizendo que sua administração havia posto fim à “tirania” dessas iniciativas no governo federal. Segundo ele, o país não será mais “woke”, uma referência à cultura de consciência social.

Elon Musk no governo americano

Outro ponto que gerou controvérsia foi a atuação de Elon Musk no governo. Musk, CEO da Tesla e proprietário do X (antigo Twitter), lidera o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) e tem causado debates devido à redução de agências federais e cortes em funcionários públicos. Trump, no entanto, defendeu o empresário, elogiando sua atuação e dizendo que juntos levariam “a bandeira americana a Marte”.

Trump também comentou sobre o comércio internacional, criticando países que, segundo ele, impõem tarifas excessivas sobre os produtos dos Estados Unidos. Ele citou a União Europeia, China, Brasil, Índia, México e Canadá, e anunciou que, a partir de abril, os Estados Unidos aplicarão tarifas recíprocas a essas nações. 

O presidente afirmou que qualquer tarifa imposta aos produtos americanos seria respondida de forma semelhante, com medidas equivalentes.