As Forças de Segurança do Tocantins estão reunidas com representantes da Polícia Federal, em Palmas, para a construção do plano tático integrado referente ao Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Plano Amas), do Governo Federal. O desmatamento e o crime organizado são os pontos mais importantes do plano. O encontro teve início na manhã desta terça-feira, 23, e segue até a quinta-feira, 25.

A iniciativa é do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) construída com a participação do Ministério da Defesa e dos nove estados que compõem a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins.

O diretor da Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, Humberto Freire, destacou que o objetivo principal do Amas é reduzir o desmatamento na Região Amazônica ao menor índice possível até o final de 2026. “O Governo Federal desenvolveu um plano estratégico de segurança pública para a Amazônia Legal brasileira e, a partir dele, estamos construindo nove planos táticos integrados de segurança com os estados que serão os norteadores das nossas ações e investimentos, visando à redução de todo tipo de criminalidade que se instalou na região amazônica”, destacou. 

No Tocantins, o Comitê Estratégico Estadual será presidido pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e terá como membros integrantes: Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal, Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros. 

O secretário-executivo da Segurança Pública, Reginaldo de Menezes Brito, representando o secretário Wlademir Oliveira Mota, apontou a iniciativa como necessária. “Nós, enquanto força de segurança, nos sentimos honrados em poder fazer parte de um projeto que visa à segurança de um dos bens mais preciosos para o país, que é a Região Amazônica. Tenho certeza de que as forças de segurança desempenharão um excelente trabalho e os resultados serão alcançados”, ressaltou. 

O Plano Amas possui investimento de R$ 2 bilhões, com recursos do MJSP e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para a implantação de estruturas e a compra dos equipamentos para os estados.

Enfrentamento à criminalidade

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a taxa de mortes violentas intencionais nos municípios da Região Amazônica chegou a 30,9 por grupo de 100 mil habitantes em 2022, 38,6% superior à média nacional, que foi de 22,3 para 100 mil. A região teve ainda o crescimento de 219% no registro de armas por pessoas físicas entre 2018 e 2021, quase 70% superior ao crescimento observado no Brasil (130,4%). 

Humberto Freire ressaltou que outro fator que agrava a situação de violência na Amazônia é a atuação de facções do crime organizado e que, por isso, o combate ao crime organizado também vai fazer parte dos objetivos do plano. “Essas organizações encontraram grande lucratividade na região, principalmente pela exploração ilegal do ouro. Isso leva a uma série de outros crimes como falsidade documental, corrupção de servidores públicos, lavagem de recursos e a segurança desses locais”. 

Ao longo desses quatro anos de trabalho, está prevista a implementação de 28 bases terrestres e seis bases fluviais na região, totalizando 34 novas bases integradas de segurança, envolvendo Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e forças estaduais.