A guerra comercial entre Estados Unidos e China, iniciada durante o governo do então presidente norte-americano Donald Trump, deve provocar efeitos distintos nas economias dos estados brasileiros. A avaliação é de um estudo do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental Aplicada (Nemea), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

De acordo com a análise, os estados com economia voltada ao agronegócio tendem a ser beneficiados, enquanto aqueles com forte presença industrial devem registrar prejuízos. O Mato Grosso, por exemplo, pode ter ganhos de até R$ 2 bilhões, seguido por Mato Grosso do Sul (R$ 292 milhões) e Goiás (R$ 259 milhões). Em contrapartida, São Paulo e Minas Gerais devem apresentar perdas estimadas em R$ 1,6 bilhão e R$ 560 milhões, respectivamente.

Já o Tocantins deve obter ganhos de aproximadamente R$ 95 milhões.

Segundo o pesquisador Edson Paulo Domingues, o modelo computacional usado considerou a cadeia produtiva nacional e os fluxos de comércio entre os estados. “Um impacto positivo no setor agrícola de um estado pode influenciar a produção de máquinas em outro”, explica.

O estudo também estima um leve efeito positivo no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, com crescimento de 0,02%. Ainda assim, setores industriais como o de ferro e aço devem enfrentar retração.