Baseado em alguns personagens indígenas da comunidade, o livro é o resultado de um profundo trabalho de pesquisa e respeito às tradições dos índios. Em entrevista exclusiva ao Jornal Opção Tocantins, o autor falou sobre a obra e deu mais detalhes acerca das suas inspirações. “Nasci na beira do Rio Araguaia, nos anos setenta, a minha infância foi em Araguacema, observando a natureza e, ainda em meu benefício, havia uma aldeia Karajá, que ficava vinte minutos da cidade. Aprendi a nadar e pescar com os Karajás. Antes disso, nos anos quarenta ou cinquenta, os meus tios e avós, faziam transportes, via fluvial, de cargas. O trecho entre Belém (PA) até Leopoldina, que hoje é Barra do Garças (MT), subindo Rio Araguaia. A base deles era em Araguacema, portanto, eu convivi com essas histórias, as grandes embarcações os batelões, etc”, revelou.

O autor também expôs que ainda cultiva a convivência com os índios kajarás, que vivem na aldeia Fontoura, localizada na ilha do Bananal. São mais 2000 índios, sendo que 90% não falam português. “Para entender a estrutura hierárquica Karajá, o cacique tradicional é equivalente a um rei. Ele é de linhagem, que é passado de pai para filho. O cacique principal é eleito pela comunidade, o xamã, que é o guia espiritual; o pajé que é o médico; o curandeiro e os caciques culturais. Essa é a estrutura hierárquica”, esclareceu Lyra.

Ele conta que a partir da participação numa cerimônia conduzida pelo xamã, experimentou transes e várias situações interessantes. Após isso, começou sentir sensações estranhas e compulsão para escrever sobre o tema. “Comecei a imaginar e idealizar uma caravana, que parte de Araguacema para a aldeia Fontoura, em busca de encontrar o xamã Karajá, que conhece o segredo entre o céu e a Terra. De modo que interajo com essa leitura e convido o leitor das páginas que seguem, a embarcar em uma viagem mística e totalmente fascinante, sendo guiados por personagens singulares, cujas histórias vão se entrelaçando nessa aventura mágica, que dura quarenta dias”, explicou o entusiasta escritor, pontuando que quarenta é historicamente um número místico, repleto de mistério e encanto.

“Enfim, o livro te leva a essa reflexão. Nessa subida, vamos dividir o nosso barco com personagens marcantes, cada qual têm uma importância dentro do contexto da história e isso vai ecoar na nossa memória por muitos e muitos anos, porque os personagens são típicos da região. O jeito de falar, o vocabulário, as angústias, os medos, o universo paralelo, onde o véu entre o mundo visível e o invisível se torna tênue. Os Karajás têm muito essa mística mitológica, de espiritualidade e natureza” esclareceu o autor, convidando, finalmente, para que os leitores embarquem na caravana, nas experiências – que serão únicas – através da literatura.

O livro pode ser encontrado para comercialização em Palmas, na Quitanda do Leão, localizado na avenida Palmas Brasil Norte ou pela rede social instragram, cuja “fanpage” é o próprio nome da obra literária.

Sobre o autor: Tom Lyra é empresário no ramo de ótica no Estado do Tocantins, graduado em óptica e optometria, com especialização em ótica física, química, geométrica e fisiológica. Já exerceu o cargo de vice-governador no mandato suplementar de 2014. Foi Secretário de Agricultura, Produção, Cooperativismo e Meio Ambiente do município de Gurupi/TO e, também, Secretário Estadual de Indústria, Comércio e Serviços e, concomitantemente, presidente da Agência de Mineração do Tocantins. Atualmente, exerce o cargo de Secretário de Desenvolvimento Econômico e Emprego do município de Palmas/TO.