Lula cancela viagem à Rússia para Cúpula do Brics após pequeno acidente no Palácio da Alvorada

21 outubro 2024 às 08h58

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua participação presencial na 16ª Cúpula de Líderes do Brics, que ocorrerá em Kazan, na Rússia, entre os dias 22 e 24 de outubro. A decisão foi tomada após Lula sofrer um acidente doméstico no último sábado, 19, quando caiu e bateu a cabeça, resultando em um ferimento que precisou de cinco pontos. A equipe médica do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, que atendeu o presidente, recomendou que ele evite viagens longas, como medida de precaução.
De acordo com o boletim médico, Lula sofreu um ferimento corto-contuso na região occipital, mas o acidente não foi considerado grave. O presidente foi atendido pelos médicos Roberto Kalil Filho e Ana Helena Germoglio, que o orientaram a evitar viagens aéreas de longa duração, mas ressaltaram que ele pode continuar exercendo suas demais atividades.
O embarque para a Rússia estava previsto para às 17h do domingo, 20, mas com o cancelamento, Lula participará da cúpula por videoconferência, segundo comunicado da Presidência da República.
A cúpula marca o primeiro encontro do bloco com a participação dos novos países-membros, incluindo Arábia Saudita, Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, que foram recentemente admitidos no Brics. O evento deve discutir, entre outros temas, a criação de um modelo de adesão para os chamados “países parceiros”, uma categoria de participação sem as mesmas prerrogativas dos membros plenos.
De acordo com o embaixador Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, a definição de critérios para essa modalidade de adesão tem sido o foco dos trabalhos do bloco nos últimos meses, e há expectativa de que, durante a cúpula, seja feito um anúncio dos países que poderão integrar essa nova categoria.
Além disso, temas como a crise no Oriente Médio, as operações políticas e financeiras dentro do Brics, e a análise de relatórios do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), liderado pela ex-presidente Dilma Rousseff, estarão em pauta. O governo russo informou que 32 países confirmaram presença no evento, incluindo 24 chefes de Estado.
Uma declaração conjunta também deverá ser anunciada, destacando o compromisso com o fortalecimento do multilateralismo para garantir um desenvolvimento global justo e seguro. A partir de 2025, o Brasil assumirá a presidência rotativa do Brics, com mandato de um ano.