Um grupo de aprovados no concurso da Educação de Palmas realizou, na manhã desta terça-feira, 17, uma manifestação em frente ao prédio do Ministério Público Estadual (MPE). A mobilização foi motivada pela ação civil pública que solicita a anulação parcial e reaplicação das provas para quatro cargos, além da suspensão das nomeações e posses.

Os manifestantes criticaram a medida e pediram que as investigações atinjam apenas os responsáveis por eventuais fraudes, sem prejudicar os mais de 3.500 candidatos aprovados e homologados.

 Fátima Luísa, aprovada para o cadastro de reserva das séries iniciais, que já atua como professora contratada, lamentou a situação: “Estamos todos chateados. Estudamos por anos para esse concurso. Eu, por exemplo, tenho mais de 20 anos de contrato. Sei as dificuldades que passamos com contratos temporários, precisando correr atrás de político todo ano. Agora que conseguimos aprovação, estão querendo suspender tudo por causa de um grupo pequeno. A gente precisa dessa estabilidade.”

Anselmo disse que quem cometeu o crime deve ser punido mas não os aprovados | Foto: Fenelon Milhomem/Jornal Opção Tocantins

O presidente do Sindicato dos Professores de Educação Física do Tocantins (Fisiotocantins), Anselmo Martins Araújo, reforçou a reivindicação do grupo: “O único pedido que nós fizemos é que seja punido quem cometeu qualquer crime, não os 3.500 aprovados. São 3.500 sonhos, 3.500 famílias que estudaram e passaram. É injusto que todos paguem por erros de um grupo.”

Na rede social X, prefeita disse que a ação é uma covardia | Foto: Redes Sociais

Pelas redes sociais, a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), também se manifestou sobre a ação do Ministério Público que pede a anulação parcial do concurso da Educação. Em tom crítico, a gestora classificou a situação como uma “covardia sem precedentes” e afirmou que os mais de 3,5 mil concursados estão sendo atingidos injustamente. “Miraram a prefeita e acertam em cheio mais de 3,5 mil concursados e suas famílias. A quem interessa esse jogo?!”, questionou. Cinthia ainda destacou que os atos de sua gestão são legítimos e cobrou explicações: “Querem inviabilizar atos legítimos de gestão, numa reta final, por quê? Ofereço risco a quem?”.

Os representantes dos manifestantes foram recebidos por um dos promotores do Ministério Público, que reafirmou a permanência da ação devido aos fortes indícios de fraudes na aplicação das provas. Durante a reunião, o promotor explicou que, como a banca responsável pelo concurso é a Comissão Permanente de Seleção (Copese), vinculada à Universidade Federal do Tocantins (UFT), a Polícia Federal também foi acionada para investigar o caso.

Relembre o caso

Na última semana, o Ministério Público ingressou com uma ação civil pública solicitando a anulação parcial do certame e a reaplicação das provas para os cargos de professor do Ensino Fundamental I, supervisor pedagógico, orientador educacional e técnico administrativo educacional (monitor de Educação Infantil). Segundo os promotores, houve irregularidades nas provas de conhecimentos específicos, com a alternativa “todas as afirmativas estão corretas” aparecendo como resposta em quase todas as questões.

A homologação do concurso ocorreu no último sábado, 14, e foi celebrada pela prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB). Apesar da homologação, o Ministério Público requer que a Justiça suspenda as nomeações e posses nos cargos citados até o julgamento da ação.

O caso segue na Justiça, enquanto os aprovados aguardam uma definição sobre o futuro do concurso.