Sabe aquela velha frase “Tinha que ser mulher” quando algo dá errado no trânsito? Os dados do Departamento Estadual de Trânsito do Tocantins (Detran/TO) mostram que essa ideia está bem distante da realidade. Em 2024, dos mais de sete mil sinistros registrados no estado, cerca de 70% foram causados por homens.

As mulheres, por outro lado, aparecem com uma taxa bem menor de envolvimento em acidentes. Do total de 7.310 ocorrências, aproximadamente 2.200 tinham motoristas mulheres, o que representa apenas 30% dos casos. Quando se trata de mortes no trânsito, os números reforçam ainda mais essa tendência: das 627 vítimas fatais registradas no ano, apenas 106 eram mulheres — cerca de 16,9%.

Mulheres ao volante, menos acidentes

A agente de trânsito Cleidiane Veras, que atua no Detran/TO há oito anos, vê esses números como uma prova do comportamento mais cauteloso das mulheres ao dirigir. “Já percebemos no dia a dia que as mulheres tendem a ser mais prudentes. Elas dirigem com mais atenção, praticam direção defensiva e acabam se envolvendo menos em acidentes”, explica.

O presidente do Detran/TO, Willian Gonzaga, também destaca a diferença no comportamento de homens e mulheres no trânsito e reforça a importância de combater preconceitos. “Os dados falam por si só. As mulheres são motoristas mais responsáveis e prudentes. É fundamental que o respeito e a equidade de gênero no trânsito sejam incentivados”, afirma.

Respeito no trânsito é para todos

Apesar dos números, estereótipos sobre mulheres no trânsito ainda são comuns. Frases como “Mulher no volante, perigo constante” não têm respaldo nos fatos e apenas reforçam preconceitos ultrapassados. O Detran/TO destaca que reconhecer a competência das mulheres no trânsito é um passo importante para promover um ambiente mais seguro e respeitoso para todos.

Neste Dia Internacional da Mulher, os dados mostram que, no trânsito, os homens têm muito o que aprender com elas.