Uma nova comunidade quilombola, localizada na Região da Taboca, no município de Monte do Carmo, foi reconhecida durante uma assembleia geral realizada neste sábado, 1º, na Câmara Municipal da cidade. O processo faz parte de um estudo histórico e etnográfico conduzido pela Diretoria de Proteção ao Quilombola (DPQ), que agora segue para análise e validação oficial pela Fundação Cultural Palmares (FCP).

A assembleia contou com a presença de representantes da comunidade, que realizaram a autodeclaração coletiva como quilombolas, um passo essencial para a oficialização do reconhecimento. Juarez Carvalho, liderança do grupo, destacou o envolvimento ativo dos jovens no processo e a importância de preservar a memória e as tradições do grupo. “Muitos de nós já têm o conhecimento sobre a nossa história, e o envolvimento dos jovens fortalece ainda mais a nossa identidade”, afirmou.

De acordo com a DPQ, o estudo inicial é o ponto de partida para o reconhecimento oficial. Após o levantamento histórico, os dados são conferidos junto à comunidade e formalizados em uma ata de autodeclaração coletiva. A documentação, acompanhada do estudo técnico, será enviada à Fundação Cultural Palmares, que dará o deferimento final para o reconhecimento público no Diário Oficial da União. Atualmente o Tocantins conta com 38 comunidades quilombolas reconhecidas pelo governo federal, com a comunidade da Região da Taboca serão 39. 

Manoel Júnior/Governo do Tocantins

O reconhecimento de comunidades quilombolas é um marco importante na luta por políticas públicas e pelo acesso a direitos fundamentais. Representantes da Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Tocantins (COEQTO) reforçaram que o autorreconhecimento é essencial para que os quilombolas acessem programas como o Pronaf, o SUS e bolsas de permanência para estudantes.

Jacqueline Ferreira, moradora da comunidade, emocionou-se ao compartilhar sua motivação de preservar a história para as próximas gerações. “Saber a nossa descendência e de onde a gente vem é muito importante. Não podemos deixar isso acabar. Quero que meus filhos e netos saibam de suas origens e valorizem essa história.”

A assembleia reuniu também lideranças locais e representantes municipais, que acompanharam o processo de reconhecimento e reafirmaram o compromisso em apoiar a comunidade na busca por melhores condições de vida e preservação de suas tradições.