Polícia Civil indicia dois homens por crime ambiental que afetou nascente do Rio Bartolomeu, nas Serras Gerais

A Polícia Civil do Tocantins concluiu um inquérito que resultou no indiciamento de dois homens por crimes ambientais de grande impacto na região das Serras Gerais, área de relevância natural e turística do sudeste do Estado. A apuração foi conduzida pela 106ª Delegacia de Aurora do Tocantins.

Segundo as investigações, os dois suspeitos, agricultores do estado da Bahia, teriam descartado de forma irregular pneus, embalagens de agrotóxicos e outros resíduos sólidos em uma área de serra classificada como Área de Preservação Permanente (APP). O ato provocou erosão do tipo voçoroca, com o deslocamento de aproximadamente 10 mil metros cúbicos de sedimentos, o que comprometeu a nascente do Rio Bartolomeu e parte da vegetação nativa.

Com base nas provas reunidas, os envolvidos foram indiciados por crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais, que tratam da poluição ambiental e do descarte inadequado de resíduos.

A partir de representação feita pela autoridade policial, o Juízo da Vara Criminal de Taguatinga determinou, como medida cautelar, a remoção imediata dos resíduos poluentes, sob pena de multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento, além de outras obrigações.

O delegado Lucas Rodrigues, responsável pelo caso, ressaltou a relevância da decisão judicial. “A atuação da Polícia Civil foi essencial para coibir práticas que colocam em risco um dos patrimônios naturais mais valiosos do Tocantins. A Serras Gerais abriga nascentes, formações geológicas e ecossistemas únicos, e qualquer dano nessa região causa impactos diretos na biodiversidade e na economia local, especialmente no turismo. A aplicação da multa reforça que o crime ambiental não ficará impune”, afirmou o delegado.