Polícia Federal cumpre mandados em Palmas e Gurupi na oitava fase da Operação Overclean
 Júlia Carvalho
                    Júlia Carvalho
                
                31 outubro 2025 às 07h34

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A Polícia Federal cumpriu, nesta sexta-feira, 31, mandados de busca e apreensão em Palmas e Gurupi, no Tocantins, como parte da oitava fase da Operação Overclean, que investiga um esquema de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
Ao todo, foram executados cinco mandados nas cidades de Brasília, São Paulo e nas duas do Tocantins, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Não houve mandados de prisão nesta etapa, e os alvos são empresários, segundo informações apuradas pela TV Globo.
A ação faz parte de uma série de fases deflagradas desde 2024, quando a operação teve início. Na época, 16 pessoas foram presas em três estados, Bahia, São Paulo e Goiás, e a PF identificou movimentações de cerca de R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 825 milhões em contratos com órgãos públicos apenas no último ano.
Os investigados podem responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro.
A fase anterior da operação ocorreu em 16 de outubro, quando políticos da Bahia foram alvos de mandados. O prefeito de Riacho de Santana foi afastado do cargo, e o de Wenceslau Guimarães chegou a ser preso por posse ilegal de arma. Dois dias antes, o deputado federal Dal Barreto (União Brasil) havia sido alvo da sexta fase da operação, também na Bahia.
As investigações apontam que a rede de corrupção envolvia empresas e agentes públicos de diferentes estados e que o grupo mantinha contratos milionários com prefeituras e órgãos públicos em várias regiões do país.
Nas fases anteriores da Operação Overclean, o Tocantins já havia sido um dos focos das investigações da Polícia Federal, com desdobramentos que atingiram figuras políticas e empresariais. Em dezembro de 2024, a operação levou à prisão do ex-secretário de Parcerias e Investimentos, Claudinei Quaresemin, sobrinho do ex-governador Mauro Carlesse (Agir), apontado como peça-chave em um esquema de fraudes licitatórias e desvio de recursos públicos em contratos milionários.
A apuração revelou movimentações financeiras irregulares e ligações diretas com Carlesse, que acabou preso preventivamente dias depois, sob suspeita de envolvimento no esquema e de ter planejado fugir do país utilizando documentos uruguaios e italianos.
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