O ministro dos Transportes, Renan Filho, atribuiu parte da responsabilidade pela queda da ponte sobre o Rio Tocantins, na divisa com o Maranhão, à política de contenção de investimentos públicos imposta pelo antigo teto de gastos. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Papo com Editor, do Estadão/Broadcast.

A estrutura desabou no fim de 2024, interrompendo uma das principais rotas entre os dois estados e afetando o escoamento de cargas e a mobilidade da população da região. Além disso, deicou 14 pessoas mortas e 3 desaparecidas. Segundo o ministro, o episódio é reflexo de anos de baixo investimento na infraestrutura do país.

“Passamos seis anos submetidos ao teto de gastos. Esses anos transformaram o Brasil em um dos países que menos investiu na sua própria infraestrutura. Isso cobrou um preço”, afirmou Renan Filho.

O ministro ressaltou que, quando a atual gestão assumiu, apenas metade das rodovias federais estava em boas condições. De acordo com dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), 25% das estradas estavam em situação ruim ou péssima. Atualmente, segundo ele, 75% das vias já se encontram em estado satisfatório e o índice das que estão em condições críticas caiu para 7%.

Sobre as estruturas como pontes e viadutos, Renan também destacou um dado preocupante: de quase 8 mil obras de arte especiais federais, 936 estão classificadas em estado crítico ou ruim.

A ponte entre Tocantins e Maranhão, além de sua importância logística, se tornou símbolo das consequências da falta de manutenção estrutural. Para Renan, o caso reforça a necessidade de retomar os investimentos em infraestrutura como política de Estado, com planejamento e continuidade.

Queda da ponte deixou 14 mortos | Foto: Francisco Sirianno/Grupo Mirante

Eleições 2026

Durante a entrevista, Renan Filho também confirmou que pretende deixar o ministério em abril de 2026 para ficar apto a disputar as eleições. Embora ainda não tenha definido qual cargo irá concorrer, ele afirmou que retornará ao Senado, onde possui mandato até 2030.