Renan Filho atribui queda de ponte entre TO e MA à falta de investimentos causada pelo teto de gastos

14 abril 2025 às 09h20

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O ministro dos Transportes, Renan Filho, atribuiu parte da responsabilidade pela queda da ponte sobre o Rio Tocantins, na divisa com o Maranhão, à política de contenção de investimentos públicos imposta pelo antigo teto de gastos. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Papo com Editor, do Estadão/Broadcast.
A estrutura desabou no fim de 2024, interrompendo uma das principais rotas entre os dois estados e afetando o escoamento de cargas e a mobilidade da população da região. Além disso, deicou 14 pessoas mortas e 3 desaparecidas. Segundo o ministro, o episódio é reflexo de anos de baixo investimento na infraestrutura do país.
“Passamos seis anos submetidos ao teto de gastos. Esses anos transformaram o Brasil em um dos países que menos investiu na sua própria infraestrutura. Isso cobrou um preço”, afirmou Renan Filho.
O ministro ressaltou que, quando a atual gestão assumiu, apenas metade das rodovias federais estava em boas condições. De acordo com dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), 25% das estradas estavam em situação ruim ou péssima. Atualmente, segundo ele, 75% das vias já se encontram em estado satisfatório e o índice das que estão em condições críticas caiu para 7%.
Sobre as estruturas como pontes e viadutos, Renan também destacou um dado preocupante: de quase 8 mil obras de arte especiais federais, 936 estão classificadas em estado crítico ou ruim.
A ponte entre Tocantins e Maranhão, além de sua importância logística, se tornou símbolo das consequências da falta de manutenção estrutural. Para Renan, o caso reforça a necessidade de retomar os investimentos em infraestrutura como política de Estado, com planejamento e continuidade.

Eleições 2026
Durante a entrevista, Renan Filho também confirmou que pretende deixar o ministério em abril de 2026 para ficar apto a disputar as eleições. Embora ainda não tenha definido qual cargo irá concorrer, ele afirmou que retornará ao Senado, onde possui mandato até 2030.