A 2ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Araguaína divulgou nesta terça-feira, 16, durante coletiva de imprensa, o resultado das investigações sobre a morte do empresário José Paulo Couto, de 75 anos. A principal suspeita é Rejane Mendes da Silva, de 45 anos, que confessou o crime em depoimento e está presa temporariamente. A irmã dela, L.M.S., de 43 anos, também é investigada por envolvimento na ocultação do corpo.

De acordo com a investigação, a motivação do homicídio teria sido um desentendimento entre a vítima e a suspeita relacionado ao valor de um auxílio mensal. Eles mantinham um relacionamento, mas o empresário teria manifestado o desejo de encerrar a relação e reduzir o valor repassado à mulher, o que gerou a discordância dela.

O delegado responsável pelo caso, Adriano Carvalho, informou que a resolução da ocorrência foi possível em um período de quatro dias, a partir da localização do corpo até a confissão das envolvidas. “Esse foi um trabalho conjunto, que envolveu diversas equipes e demandou uma integração de forças na Polícia Civil. O crime brutal gerou comoção na região e demandava uma resposta rápida e contundente da polícia”, declarou.

Conforme o laudo necroscópico, a causa da morte foi asfixia mecânica por estrangulamento. O corpo também apresentava perfurações por faca, sinais de lesões e indícios de tortura, como fratura no punho esquerdo e cortes no pescoço. Segundo a apuração, a vítima foi amarrada pela autora.

A polícia também apura o envolvimento de uma terceira pessoa, que teria sido acionada por R.M.S. para retirar o carro da vítima da casa dela e levá-lo até um terreno baldio. A suspeita teria informado a essa pessoa que havia adquirido o veículo e que precisava de ajuda para transportá-lo, pois não sabia dirigir. A princípio, esse indivíduo não teria conhecimento do crime.

A prisão temporária da principal investigada foi decretada pela 1ª Vara Criminal de Araguaína, com prazo de trinta dias, conforme previsto para crimes hediondos. O celular da suspeita foi apreendido. Ela também relatou ter se desfeito das joias e do celular do empresário, além de ter pedido ajuda à irmã para ocultar o cadáver. O inquérito será finalizado e encaminhado ao Poder Judiciário dentro do prazo legal.

O secretário de Segurança Pública do Tocantins, Bruno Azevedo, comentou a atuação da Polícia Civil. “Nossos policiais trabalham diuturnamente para desvendar crimes e responsabilizar os envolvidos. As equipes atuam com agilidade e rigor e o curto período que a divisão levou para elucidar esse caso é sinal forte desse compromisso”, disse.

O caso
José Paulo Couto desapareceu na manhã de 9 de julho, e o desaparecimento foi registrado por familiares em boletim de ocorrência. No dia seguinte, o corpo foi encontrado sob uma ponte localizada na Avenida Frimar, via que liga o bairro JK à TO-222. O corpo estava enrolado em panos e carpetes e apresentava sinais de tortura.

Horas depois da localização do corpo, o carro do empresário foi localizado em um terreno baldio no setor Dom Orione. As placas do veículo estavam adulteradas com fita adesiva.