Taxa de desemprego no Brasil apresenta queda em 2024, afirma IBGE
27 dezembro 2024 às 15h54
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A taxa de desemprego no Brasil tem apresentado um declínio contínuo em 2024, conforme os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice passou de 7,8%, no trimestre encerrado em fevereiro, para 6,1% no período de setembro a novembro, marcando o menor patamar desde o início da série histórica, em 2012.
De acordo com a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, o movimento de queda da taxa de desemprego ao longo de 2024 é “bem consistente” e reflete a capacidade do mercado de trabalho brasileiro. Ela destacou que, apesar da grande diversidade do mercado de trabalho, com um número expressivo de trabalhadores informais, tem ocorrido um aumento no número de empregados com carteira assinada. “Pelo movimento que temos em 2024, é bem consistente e mostra justamente a capacidade do mercado de trabalho brasileiro que, mesmo com toda a sua diversidade, tem um contingente de trabalhadores informais muito grande, mas a despeito disso, vem aumentando o número de empregados com carteira assinada”, afirmou Adriana, enfatizando que, com suas particularidades, o mercado tem respondido positivamente neste ano.
A coordenadora também observou que a queda da taxa de desemprego não está restrita a um único setor. “Não tem concentração em uma atividade específica. Tem desde serviços de mais qualificação dos profissionais, especificamente, mas tem a parte da construção e de serviços domésticos. Tem uma diversidade de atividades econômicas que estão manifestando a sua demanda por trabalhador”, explicou.
Apesar dos resultados positivos, Adriana ressaltou que a continuidade dessa tendência dependerá de vários fatores, como o comportamento das atividades econômicas e o contexto macroeconômico em 2025. “Isso tudo a gente vai ter que considerar ao longo do ano de 2025 para ter a análise. O movimento de manutenção da estabilidade vai depender do contexto macroeconômico e também do quanto as atividades econômicas vão demandar de população ocupada para manter este nível atual de consumo, como também, até mesmo, a sua própria expansão”, disse.
A coordenadora também destacou a especificidade de algumas atividades, como a agricultura, que demanda poucos trabalhadores e enfrenta desafios climáticos que impactam essa necessidade. A construção, por outro lado, apresentou expansão devido à maior demanda por edificações. “O setor de construção foi mais demandado e a indústria, também. Vai ser o comportamento dessas atividades econômicas, associado à renda dos trabalhadores, que vai realmente apontar, ou para a manutenção, ou para a expansão desses indicadores”, afirmou Adriana.
Além das taxas de desemprego, a pesquisa também indicou um crescimento no número de empregados com carteira assinada e na renda dos trabalhadores, o que contribui para a consistência dos resultados observados ao longo de 2024. “Por isso, é que se vê essa consistência ao longo do ano de 2024”, completou.
Adriana também mencionou que o mercado de trabalho apresenta movimentos sazonais, como a expansão do desemprego no início de cada ano, com uma subsequente redução. “No início de cada ano, esse indicador vai se expandir e depois recuar, mas, excluindo a sazonalidade, há fatores que podem realmente influenciar, seja a manutenção desse patamar bastante baixo da taxa de ocupação, sua manutenção, a continuidade de queda ou a sua expansão. Isso vai depender do desempenho das atividades econômicas que tem sido fundamental para esta resposta do mercado de trabalho”, concluiu.