Tocantins atinge maior percentual de população com renda desde 2012, revela IBGE

08 maio 2025 às 17h20

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O Tocantins registrou, em 2024, o maior percentual de sua população com algum tipo de rendimento desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), do IBGE, iniciada em 2012. De acordo com os dados divulgados, 65,6% dos tocantinenses declararam ter recebido algum tipo de renda no último ano, superando os 63,3% de 2023.
O levantamento considera rendimentos oriundos de diversas fontes, como trabalho, aposentadoria, pensões, aluguéis, programas sociais, entre outros. O índice coloca o Tocantins acima da média da Região Norte, de 59,5%, e ligeiramente abaixo da média nacional, que atingiu recorde de 66,1%.
Em 2024, 41,6% dos tocantinenses com 14 anos ou mais declararam rendimento proveniente de trabalho, enquanto 25,7% obtiveram renda de outras fontes. Aposentadorias e pensões foram responsáveis por 10,7% — uma leve queda frente aos 10,8% de 2023. Já os rendimentos oriundos de aluguel e arrendamento representaram 1,9%, e doações, pensões alimentícias e mesadas, 2,7%.
Programas sociais impulsionam renda no estado
O aumento do número de tocantinenses com renda foi impulsionado, em parte, pela elevação no acesso a programas sociais após a pandemia de COVID-19. Em 2019, 8,4% da população local recebia esse tipo de benefício; em 2024, o percentual chegou a 10,9%. A tendência segue o padrão nacional: no mesmo período, o Brasil saltou de 6,3% para 9,2%, e a Região Norte, de 9,6% para 13,5%.
Renda média e desigualdade
O rendimento médio mensal real da população com algum tipo de renda no Tocantins foi de R$ 2.630 em 2024. Desse total, R$ 2.786 vieram de trabalhos regulares e R$ 1.557 de outras fontes. Aposentados e pensionistas receberam, em média, R$ 2.361, enquanto a renda oriunda de aluguéis foi de R$ 1.360. Benefícios sociais renderam, em média, R$ 823, e pensões e doações, R$ 722.
O estado também apresentou melhora no Índice de Gini, que mede a desigualdade de renda. O índice caiu de 0,471 em 2023 para 0,459 em 2024. É o melhor resultado entre os estados da Região Norte e inferior à média nacional (0,488) e regional (0,477), indicando avanço na distribuição de renda.
Maior rendimento per capita da Região Norte
O Tocantins liderou o ranking regional de rendimento médio mensal domiciliar per capita em 2024, com R$ 1.725, frente à média da Região Norte (R$ 1.319). No cenário nacional, a média foi de R$ 2.020. O trabalho respondeu por 76,8% da composição dessa renda, enquanto as demais fontes somaram 23,2%. Aposentadorias e pensões contribuíram com 14,6%, e programas sociais com 5,2%.
Bolsa Família e BPC ganham destaque
A pesquisa apontou que 23,1% dos domicílios tocantinenses receberam o Bolsa Família em 2024, uma leve retração de 0,1 ponto percentual em relação a 2023. Já os domicílios que receberam o Benefício de Prestação Continuada (BPC-LOAS) subiram de 4,8% para 6,1%, o maior patamar desde o início da série histórica. O rendimento médio dos lares que recebem o Bolsa Família foi de R$ 745, bem abaixo da média dos que não recebem o auxílio (R$ 2.132).
Renda das faixas mais pobres também cresce
Os 40% da população com menor renda no Tocantins também tiveram ganhos. A média mensal domiciliar per capita nessa faixa passou de R$ 510 em 2023 para R$ 558 em 2024 — uma alta de 9,4%. Apesar de ainda abaixo da média nacional para essa faixa (R$ 601), o estado ocupa posição próxima entre as unidades federativas.
Na base da pirâmide, os 5% mais pobres apresentaram renda média de R$ 147 por pessoa, ante R$ 132 no ano anterior. Por outro lado, o grupo de 1% com os maiores rendimentos teve média de R$ 13.943. Aqueles que ganham entre os percentis de 80% a 90% atingiram R$ 2.836.
No recorte do Índice de Gini aplicado ao rendimento domiciliar per capita, o Tocantins também apresentou bons resultados: 0,477, o nono melhor do país. A média nacional ficou em 0,506 e, a da Região Norte, em 0,489.