O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2023, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) nesta quarta-feira, 14, revelou que o Tocantins não alcançou as metas estabelecidas para nenhuma das etapas de ensino. Nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), o estado obteve 5,6 pontos, ficando 0,1 ponto abaixo da meta prevista para o período entre 2007 e 2021. Já nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), Tocantins alcançou 4,9 pontos, enquanto o ensino médio registrou 4,2 pontos, ambos abaixo das metas projetadas.

Apesar de alguns estados terem se destacado nas três etapas avaliadas, o Brasil como um todo superou a meta apenas nos anos iniciais do ensino fundamental. Para o Ministro da Educação, Camilo Santana, o resultado do Ideb evidencia a necessidade de uma ação contínua do MEC junto aos estados e municípios para reduzir as desigualdades educacionais. “Estamos cientes do tamanho do nosso desafio para garantir uma educação pública de qualidade para todos. Por isso, estamos investindo em programas transformadores como o Pé-de-Meia e o Escola em Tempo Integral”, afirmou.

Investimentos em programas

Com o objetivo de enfrentar os desafios no ensino médio e nos anos finais do ensino fundamental, o MEC explica que tem investido em programas como o Pé-de-Meia, que busca promover a permanência e a conclusão escolar dos estudantes do ensino médio. A previsão do ministério é de que quase 4 milhões de alunos sejam beneficiados em 2024, com uma poupança de até R$ 9,2 mil ao longo de sua trajetória no ensino médio. Além disso, o MEC reforçou que apoia a criação de 3,2 milhões de novas vagas em tempo integral, com um investimento de R$ 12 bilhões até 2026, focando em tornar a escola mais atrativa e segura.

O governo federal destacou que, no âmbito do novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), implantará 100 novos campi de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia em todo o Brasil, com um investimento total de R$ 2,5 bilhões. Cada unidade contará com R$ 25 milhões, dos quais R$ 15 milhões serão destinados à infraestrutura e R$ 10 milhões à compra de equipamentos e mobiliário. Serão criadas 140 mil novas vagas, com o objetivo de expandir a Educação Profissional e Tecnológica no ensino médio.

Ideb

O Ideb é um indicador composto pelos índices de aprovação dos estudantes (fluxo escolar) e pelas médias de desempenho nas avaliações, variando de 0 a 10. Quanto melhor o desempenho dos alunos e maior o número de aprovados, mais elevado é o Ideb. Criado em 2007, o índice foi parte do “Compromisso Todos pela Educação” (Decreto nº 6.094/2007) e estabeleceu metas para cada estado e o Distrito Federal, além de projeções para cada unidade escolar. Com o fim do primeiro ciclo do Ideb em 2021, o Inep instituiu, em janeiro de 2024, um Grupo Técnico (GT Novo Ideb) para elaborar estudos técnicos que subsidiem o MEC na atualização do índice e na definição de novas metas.