Tocantins reduz 85% do desmatamento no Cerrado
08 novembro 2024 às 15h19
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O Estado do Tocantins apresentou uma redução de 85% no desmatamento do bioma Cerrado em 2024, de acordo com o 2º Boletim de Desmatamento do ano. Esse dado reflete uma diminuição em relação ao mesmo período de 2023, sendo um dos maiores índices de redução na região. Em termos gerais, os cinco primeiros meses de 2024 já mostraram uma queda de 44,3% no desmatamento no estado, conforme o monitoramento realizado pelo Centro de Inteligência Geográfica em Gestão do Meio Ambiente (Cigma).
Esses dados foram apresentados nesta quarta-feira, 06, durante a assinatura do Pacto Interfederativo para a Prevenção e o Controle do Desmatamento Ilegal e dos Incêndios Florestais no bioma Cerrado, um acordo entre os estados de Matopiba e o governo federal.
Os números apresentados no evento fazem parte de uma tendência observada na região do de Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que também registrou uma redução substancial do desmatamento. Entre agosto de 2023 e julho de 2024, o bioma Cerrado apresentou uma diminuição de 25,7% na supressão de vegetação nativa, a primeira queda significativa nos últimos cinco anos. Na área do MATOPIBA, a redução do desmatamento foi de 76,4%, com variações entre os estados: Bahia (-63,3%), Maranhão (-15,1%), Piauí (-10,01%) e Tocantins (-9,6%).
A redução registrada no Tocantins, de acordo com o governo estadual, é um reflexo das políticas públicas implementadas e da intensificação das operações de fiscalização e combate à ilegalidade na região. Apesar da redução, o boletim aponta que, no Tocantins, cerca de 30% do desmatamento identificado continua sendo ilegal, enquanto os outros 70% são considerados legais.
Redução de 85% nas áreas desmatadas no estado
Já nesta sexta-feira, 8, o Governo do Tocantins anunciou uma redução de 85% nas áreas desmatadas no estado no mês de outubro de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com o 2º Boletim de Desmatamento do Tocantins, divulgado pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), também foi registrada uma queda de 44,3% na área desmatada nos biomas Amazônia e Cerrado do estado, considerando os dados acumulados nos últimos cinco meses.
Os números, processados pelo Centro de Inteligência Geográfica em Gestão do Meio Ambiente da Semarh (Cigma), revelam uma redução de 44,5% no bioma Cerrado e de 15,9% no bioma Amazônia, em comparação ao mesmo período de 2023.
O secretário Marcello Lelis destacou que “as reduções registradas nos biomas Amazônia e Cerrado do Tocantins, após as medidas adotadas pelo Estado mostram além dos resultados, a sintonia entre governo e setor produtivo, na execução das políticas públicas de preservação, para redução do desmatamento ilegal”, apontou.
O Boletim de Desmatamento do Tocantins, que é publicado mensalmente, também apresenta gráficos, números e mapas da distribuição da área total desmatada nas oito microrregiões do estado, incluindo Bico do Papagaio, Araguaína, Miracema do Tocantins, Porto Nacional, Jalapão, Rio Formoso, Gurupi e Dianópolis. Os dados são oriundos do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e processados pelo Cigma/Semarh.
Desmatamento no Cerrado apresenta queda no Tocantins
Outro levantamento importante é que no estado do Tocantins registrou uma redução de 9,6% no desmatamento do Cerrado, entre agosto de 2023 e julho de 2024, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este é o primeiro registro de diminuição na taxa de desmatamento do bioma em cinco anos consecutivos de aumento. O total de vegetação nativa suprimida foi de 8.174 quilômetros quadrados (km²) durante o período, conforme os dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento no Cerrado por Satélite (Prodes Cerrado).
Ainda de acordo com o Inpe, um levantamento realizado por meio de monitoramento por satélites, possui uma precisão de 10 metros, cobrindo tanto o desmatamento por corte raso quanto pela degradação progressiva da vegetação, como é o caso de incêndios. O período analisado abrange as estações mais secas do Cerrado, de agosto a julho do ano seguinte, e os dados de 2023 a 2024 mostram uma desaceleração no avanço da perda da vegetação nativa após cinco anos de crescimento contínuo do desmatamento desde o ciclo 2018 a 2019.
Entre os estados mais impactados, Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (Matopiba), concentram cerca de 76% do desmatamento no Cerrado. No entanto, nesses estados houve uma queda significativa nos números de desmatamento na comparação entre os períodos de 2023/2024 e o ano anterior. Na Bahia, a redução foi de 63,3%, enquanto o Maranhão registrou uma diminuição de 15,1%, o Piauí teve uma redução de 10,1% e Tocantins, como mencionado, observou uma diminuição de 9,6%.
O resultado positivo para o bioma gerou uma economia significativa de emissões de dióxido de carbono (CO2), com a redução do desmatamento evitando a emissão de 41,8 milhões de toneladas desse gás, principal responsável pelo aquecimento global.