Tocantins reforça proibição da cama aviária na alimentação animal para prevenir mal da vaca louca

10 junho 2025 às 16h32

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Com a aproximação do período de estiagem, o Governo do Tocantins, por meio da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), emitiu orientações aos produtores rurais sobre a proibição do uso da cama aviária na alimentação de animais ruminantes – como bovinos, búfalos, caprinos e ovinos. A medida está relacionada à prevenção da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como mal da vaca louca.
O Brasil detém, desde 2013, o status sanitário de risco insignificante para a doença, conforme classificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O alerta emitido busca preservar esse reconhecimento internacional e garantir a continuidade das exportações agropecuárias.
Marcelo Inocente, responsável pelo Programa Estadual de Prevenção à EEB, explica que a orientação é preventiva, especialmente neste período em que os produtores costumam buscar alternativas alimentares para os animais. “Esses alimentos são proibidos por lei porque colocam em risco a segurança de toda a cadeia produtiva agropecuária do Estado,” afirmou.
A cama de aviário representa risco sanitário quando destinada à alimentação de ruminantes, por poder conter resíduos de proteínas de origem animal, fragmentos de penas, vísceras e sangue. Esses elementos podem estar contaminados pelo príon, agente infeccioso causador da EEB.
A Adapec realiza fiscalizações contínuas em propriedades rurais com o objetivo de inspecionar a dieta oferecida aos animais. Os técnicos verificam cochos, depósitos de ração, notas fiscais e coletam amostras para análise laboratorial. O uso da cama aviária pode resultar em sanções como multa, interdição da propriedade, restrição na comercialização de animais e eliminação daqueles que tiveram contato com o subproduto.
Utilizada como forração em galpões de frangos de corte, a cama aviária é composta por materiais como serragem, palha de arroz, casca de amendoim e outros resíduos vegetais. Ao longo do tempo, ela acumula fezes, penas, sobras de ração e resíduos de origem animal que podem conter o príon responsável pela doença.
No território brasileiro, é proibido o uso de proteína animal na formulação de ração para bovinos.
Entre os sintomas da EEB estão comportamento agressivo, nervosismo, falta de coordenação motora, redução na produção de leite e perda de peso. A doença é fatal, podendo levar o animal à morte entre duas semanas e seis meses após o surgimento dos primeiros sinais.