Tocantins registra 10% em redução dos casos de suicídio em 2024

16 março 2025 às 15h43

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Em 2024, o Tocantins apresentou uma redução nos números de suicídios e violência autoprovocada, conforme os dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) enviados ao Jornal Opção Tocantins. Em relação aos suicídios, houve uma queda de 10% em comparação ao ano anterior. Se em 2023 foram registrados 181 suicídios no estado, em 2024 esse número caiu para 163.
Já no que diz respeito à violência autoprovocada, houve registro de aumento, com 1.689 notificações em 2023 e 1.737 no ano seguinte, representando um crescimento de cerca de 3%.
Esses dados, embora mostrem uma redução no caso de suicídio, ressaltam a contínua necessidade de atenção e cuidados com a saúde mental no estado. Para isso, a Secretaria de Saúde segue contando com uma Rede de Atenção Psicossocial robusta, composta por dez leitos psiquiátricos no Hospital Regional de Araguaína (HRA), 11 no Hospital Geral de Palmas (HGP), dois no Hospital Regional de Porto Nacional, um no Hospital Regional de Araguaçu Tertuliano Corado Lustosa, oito no Hospital Regional de Gurupi e dois no Hospital Regional de Paraíso. Além disso, a rede conta com 21 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) espalhados por municípios do estado, como Porto Nacional, Paraíso do Tocantins, Palmas e Gurupi.
Em entrevista ao Jornal Opção Tocantins, a psicóloga com especialidade em atendimento infanto-juvenil, Lívia Nascimento Gomide de Oliveira ressalta que, embora a saúde mental e a prevenção ao suicídio estejam sendo amplamente discutidas, a atenção ao tema deve ser constante ao longo do ano, e não se restringir a datas como o Janeiro Branco ou o Setembro Amarelo. “Os números ainda são bastante expressivos, hoje tem se falado muito de saúde mental, do suicídio, temos visto muitas mobilizações sobre o assunto, mas o foco maior ainda é em janeiro branco (mês da saúde mental) ou setembro amarelo (prevenção ao suícido), e precisamos falar o ano inteiro. Tanto o estado como a iniciativa privada têm inserido psicólogos hoje em empresas, escolas, hospitais e isso é ir para o caminho certo, porém ainda há muito o que se fazer”, afirmou.
A Rede, que tem como objetivo a promoção da saúde mental e o tratamento de transtornos psiquiátricos, é acompanhada de perto pela Superintendência de Políticas de Atenção à Saúde (SPAS), responsável por oferecer suporte técnico e qualificação aos profissionais que atuam dentro das diretrizes do Ministério da Saúde (MS).
A psicóloga enfatiza que as pessoas devem procurar ajuda profissional quando percebem que não conseguem lidar com seus desafios sozinhas. “As pessoas devem procurar psicólogos quando estiverem com demandas onde percebem que não conseguem lidar sozinha, existem muitos psicólogos com valores sociais, clínicas escolas onde os atendimentos são gratuitos, para pessoas que não podem pagar um particular. Mas o trabalho contra o suicídio deve ser multiprofissional, porque o problema além de psicológico pode ser biológico como hormonal e genético, pode ser social como financeiro ou de pertencimento e aceitação, então trabalhar só na psicoterapia muitas vezes não será o suficiente”, reassaltou.
Com a ampliação de recursos e a qualificação profissional, a Secretaria de Saúde do Tocantins reforça a importância de continuar o trabalho de prevenção e atendimento aos pacientes, buscando, assim, mais avanços na melhoria da saúde mental no estado.
De acordo com Lívia Nascimento Gomide de Oliveira, o acompanhamento psicológico é crucial para identificar as áreas que precisam de atenção, as iniciativas adequadas e os melhores tratamentos.
“Mas a importância do acompanhamento profissional em relação ao psicólogo, é que com ele se descobre quais áreas devem ser trabalhadas, qual iniciativa deve ser tomada, qual o melhor tratamento e tudo isso com o acolhimento que muitas vezes a sociedade, família, amigos não terá. A psicologia deve caminhar junto com os outros tratamentos sejam eles quais forem. Nos últimos anos têm desmistificado que a psicologia é para “loucos” e assim tem que continuar, devemos deixar esse preconceito de lado, porque nunca sabemos se somos nós ou alguém que amamos que precisará de ajuda profissional amanhã”, concluiu a profissional.