Os resultados do Censo Demográfico 2022 Alfabetização, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 17, revelam uma queda na taxa de analfabetismo no Tocantins. Do total de 1.160.474 pessoas com 15 anos ou mais, 1.055.334 são alfabetizadas, enquanto 105 mil não sabem ler e escrever um bilhete simples. Isso se traduz em uma taxa de alfabetização de 90,9% e uma taxa de analfabetismo de 9,1%.

Os dados indicam uma tendência de queda contínua na taxa de analfabetismo ao longo dos Censos Demográficos. Em 1991, a taxa era de 31,4%. Em 2000, caiu para 18,8%, e em 2010, para 13,1%. Após três décadas, o estado alcançou 9,1%, uma redução de 22,3 pontos percentuais em relação a 1991. No entanto, a taxa de analfabetismo no Tocantins ainda supera a média nacional de 7% e é a segunda maior da Região Norte.

As mulheres apresentam melhores indicadores educacionais do que os homens, incluindo a taxa de alfabetização. Em 2022, 92% das mulheres sabiam ler e escrever, comparado a 89,8% dos homens. Em 2010, esses números eram 89,2% e 87,1%, respectivamente. A maior diferença em favor das mulheres foi no grupo de 45 a 54 anos, com 4,1 pontos percentuais a mais.

A comparação entre 2010 e 2022 mostra uma redução na taxa de analfabetismo em todas as faixas etárias. Em 2022, os jovens entre 20 e 24 anos tinham a menor taxa de analfabetismo (1,3%), enquanto os idosos com 65 anos ou mais tinham a maior (34,8%).

Mesmo com avanços entre as gerações mais novas, a expansão educacional não beneficiou todos os grupos igualmente. Em 2022, a taxa de analfabetismo entre pessoas de cor ou raça branca e amarela com 15 anos ou mais era de 6,4% e 5,9%, respectivamente. Entre pardos, pretos e indígenas, as taxas eram de 8,8%, 13,7% e 15,5%, respectivamente.

Indígenas

O Censo Demográfico 2022 mostrou que no Brasil havia 12.181 indígenas de 15 anos ou mais, dos quais 10.285 eram alfabetizados e 1.896 não sabiam ler e escrever um bilhete simples. A taxa de alfabetização dos indígenas foi de 84,4%, abaixo da taxa estadual de 90,9%. A taxa de analfabetismo dos indígenas foi de 15,5%, acima da média estadual de 9,1%.

Entre os indígenas no Tocantins, os mais idosos (65 anos ou mais) apresentaram a maior taxa de analfabetismo (54,1%). As menores taxas foram observadas entre indígenas de 15 a 19 anos (3,4%), 20 a 24 anos (4,7%) e 25 a 34 anos (6,7%).

Cenário nacional

Em 2022, o Brasil tinha 163 milhões de pessoas com 15 anos ou mais, das quais 151,5 milhões eram alfabetizadas e 11,4 milhões não sabiam ler e escrever um bilhete simples. A taxa de alfabetização nacional foi de 93,0% e a taxa de analfabetismo de 7,0%. Em 2010, essas taxas eram de 90,4% e 9,6%, respectivamente. Em 1940, apenas 44,0% da população de 15 anos ou mais era alfabetizada.

A Região Sul manteve a maior taxa de alfabetização, subindo de 94,9% em 2010 para 96,6% em 2022, seguida pela Região Sudeste, que passou de 94,6% para 96,1%. A Região Nordeste teve a menor taxa, apesar do aumento de 80,9% em 2010 para 85,8% em 2022. A segunda menor taxa de alfabetização foi a da Região Norte, que aumentou de 88,8% para 91,8%, ficando mais próxima da Região Centro-Oeste, que passou de 92,8% para 94,9%.

Entre as Unidades da Federação, as maiores taxas de alfabetização em 2022 foram em Santa Catarina (97,3%) e no Distrito Federal (97,2%). As menores taxas foram em Alagoas (82,3%) e no Piauí (82,8%). O Tocantins teve o 11º menor indicador. Em 2010, a diferença entre a maior e a menor taxa de alfabetização era de 20,9 pontos percentuais entre o Distrito Federal e Alagoas, enquanto em 2022, essa diferença caiu para 15,0 pontos percentuais entre Santa Catarina e Alagoas.