O presidente da Federação Tocantinense de Futebol (FTF), Leomar de Melo Quintanilha, resolveu rebater as declarações feitas pelo vereador de Araguaína, Lucas Campelo (União Brasil), durante sessão na Câmara Municipal. Por meio de uma carta aberta divulgada neste domingo, 13, Quintanilha cita as falas do parlamentar e classifica como “fake news” a acusação de que recebe um salário mensal de R$ 215 mil.

Logo no início da carta, Quintanilha demonstra indignação com o fato de não ter sido procurado para esclarecer a informação antes que ela fosse ventilada na tribuna da câmara e depois repercutida na imprensa e nas redes sociais. “Vi, com perplexidade e tristeza, o comentário que fez, com ironia, em sessão da Câmara de Vereadores, sobre o suposto salário mensal que eu estaria recebendo… Trata-se, todavia, de notícia falsa. Mentirosa”, escreveu o presidente na carta.

O mandatário da FTF lamenta que Campelo, na condição de parlamentar, tenha repassado a informação sem checar com a própria federação ou com a Confederação Brasileira de Futebol (VFB). “Os profissionais da comunicação têm como lema que o fato, antes de ser notícia, tem que ser verdade… V. Exa. entendeu que não seria necessário confirmar a veracidade da notícia”, pontuou.

Quintanilha também rebateu uma segunda acusação feita por Campelo, de que teria dito a um grupo interessado em inscrever o time de Araguaína no Campeonato Tocantinense que “quem não tem dinheiro, cede a vaga para outro”. O presidente nega veementemente ter dito tal frase, afirma que jamais se manifestaria assim e diz que a suposta testemunha, o ex-dirigente João Luís, encontra-se em estado de saúde mental fragilizado, não podendo confirmar ou negar o ocorrido.

“Repudio veementemente a atribuição dessa assertiva a mim. Jamais fiz essa afirmação. Jamais”, enfatizou o presidente da FTF.

Na sequência, a carta assume um tom quase paternal. Quintanilha faz referência à origem familiar de Campelo, elogia o pai do vereador, com quem diz ter boa relação, e sugere que o jovem parlamentar ainda pode ter um bom futuro político, se evitar esse tipo de tropeço: “V. Exa. é um jovem parlamentar, teve um bom berço… Espero que não sofra calúnias na sua trajetória”, disparou.

Ao finalizar, o presidente da FTF convida oficialmente Lucas Campelo e os demais vereadores a conhecerem as atividades da entidade responsável pelo futebol tocantinense, inclusive com acesso irrestrito às contas da entidade uma tentativa de botar água fria no conflito.

Início do embate

O estopim da confusão ocorreu logo após a final do campeonato estadual da Série A do Tocantinense 2025, disputada pelos dois times da cidade: União e Araguaína. Alguns políticos, entre eles, Lucas Campelo, descobriram que não existe premiação em dinheiro para os clubes que vencem a competição, o que contradiz com o suposto salário que Quintanilha receberia entres os dirigentes das federações, de acordo com matéria da Revista Piauí, que revelou os bastidores da gestão de Ednaldo Rodrigues à frente da CBF, entre elas, os altos salários pagos aos presidentes.

Associado a isso veio uma fala recente de Lucas Campelo durante uma sessão na Câmara de Araguaína, em que questionou o salário supostamente recebido por Quintanilha. Segundo o vereador, o presidente da FTF embolsaria mensalmente R$ 215 mil, valor que ele classificou como “imoral” e “digno de investigação”.

“Nem meu pai, que gera mais de 1.500 empregos no Tocantins, ganha esse salário. Chega a ser imoral e tem que ser investigado!”, disparou Campelo, em tom de indignação. E ainda completou, com ironia: “Com um salário desses de mais de R$ 200 mil, daqui a pouco todo mundo vai querer ser presidente dessa federação”, disse.

Leia a carta completa do presidente da FTF

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