Redes sociais: estamos mais juntos ou mais sozinhos?

18 maio 2025 às 15h30

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Por Guilherme Paganotto – Jornalista
Hoje em dia, o tempo virou um bem raro e muito valioso. Com rotinas cada vez mais corridas, muita gente acaba deixando de lado os pequenos momentos do dia a dia. Nesse cenário, os meios de comunicação ganham ainda mais importância. Eles ajudam a entender melhor o que está acontecendo ao nosso redor e a criar conteúdos que fazem sentido para a vida em sociedade.
Mas já parou pra pensar no quanto a gente vive conectado, mas ao mesmo tempo parece estar cada vez mais distante? As redes sociais vieram com a promessa de aproximar. E de fato, aproximaram. Hoje conseguimos falar com alguém do outro lado do mundo em segundos. Encontramos amigos de infância, compartilhamos conquistas, desabafos, memes, ideias… tudo em tempo real.
Mas aí vem a pergunta que não quer calar: essa aproximação é de verdade? Ou estamos só cercados de telas e filtros, mas cada vez mais longe de relações reais?
Muita gente confunde curtida com afeto, comentário com presença, visualização com atenção. E a verdade é que nenhuma dessas coisas substitui um abraço, uma conversa olho no olho, um tempo de verdade com quem a gente ama.
É claro que as redes têm seu lado bom. Como profissional da comunicação e trabalhando atualmente como gerente de redes sociais, não posso negar que elas dão voz, criam oportunidades, ajudam quem precisa, informam, mobilizam. O problema é quando a gente esquece de viver o que está fora da tela. Quando a comparação vira rotina, a ansiedade aumenta e o tempo com o outro se resume a uma mensagem rápida no WhatsApp.
Tem horas que parece que estamos todos falando ao mesmo tempo, mas ninguém está escutando de verdade.
Talvez a grande questão não seja se as redes aproximam ou afastam, mas sim como a gente está usando elas. Se for pra conectar, que seja com mais verdade. Se for pra compartilhar, que seja com mais empatia.
A gente precisa lembrar que a vida acontece aqui, agora, no real. O feed passa. A conversa verdadeira, não.