Por Elâine Jardim

Proposta quer alterar limite de 1,5% para 1,73% da receita corrente líquida

Na entrevista desta semana, o Jornal Opção Tocantins conversou com a sétima vereadora mais bem votada da Capital, que contou um pouco como foi sua campanha e o que a levou a se candidatar tendo como foco a defesa dos animais em situação de abandono

Gestor do Poder Executivo estadual parabenizou todos os eleitos, inclusive aqueles que não tiveram o seu apoio

Comunicado do governador era aguardado desde o segundo turno ocorrido em Palmas, neste domingo

Após as eleições municipais, o cenário para a escolha do próximo governador do Tocantins começa a ganhar forma

A CNBC Brasil, novo canal de notícias que chega ao país em novembro, anunciou a contratação da ex-senadora e ex-ministra Kátia Abreu como uma das integrantes de seu grupo de comentaristas especializados. Fora do cenário político desde 2022, quando não conseguiu a reeleição para o Senado, Kátia agora inicia sua trajetória televisiva trazendo análises voltadas para a área de transição energética e agronegócio, setor em que construiu uma carreira de destaque.
O canal, liderado por Douglas Tavolaro, ex-vice-presidente de jornalismo da Record TV e cofundador da CNN Brasil, fará parte da rede internacional da CNBC, presente em mais de 80 países. A programação diária incluirá 15 horas de cobertura ao vivo, durante as quais Kátia e outros 11 comentaristas contribuirão com análises e opiniões especializadas em diversas áreas de negócios e economia.
Kátia Abreu traz consigo uma vasta experiência no agronegócio brasileiro. Além de ter sido ministra da Agricultura entre 2014 e 2016, ela foi presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins por quatro mandatos consecutivos, entre 1995 e 2005, e ocupou a presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) de 2008 a 2011. A entidade representa produtores rurais em todo o Brasil e defende os interesses do setor, sendo uma das mais influentes no agronegócio brasileiro.
Em 2018, Kátia foi candidata a vice-presidente do Brasil na chapa de Ciro Gomes, ficando em terceiro lugar nas eleições daquele ano. Após quase duas décadas como senadora pelo Tocantins, Kátia agora traz sua perspectiva e experiência para um novo público, com análises sobre temas de grande impacto para a economia e sustentabilidade do país.

Janad Valcari, a segunda colocada, recebeu 69.684 votos, com um custo de R$ 133,42 por eleitor

No segundo turno das eleições municipais de 2024, realizado neste domingo, dia 27 de outubro, eleitores de 15 capitais brasileiras escolheram seus novos prefeitos, que assumirão o mandato a partir de 1º de janeiro de 2025. Outras 11 capitais já haviam definido seus representantes no primeiro turno, realizado em 6 de outubro.
Confira abaixo a lista completa dos prefeitos eleitos neste segundo turno:
- Aracaju (SE): Emília Corrêa (PL)
- Belém (PA): Igor Normando (MDB)
- Belo Horizonte (MG): Fuad Noman (PSD)
- Campo Grande (MS): Adriane Lopes (PP)
- Cuiabá (MT): Abílio Brunini (PL)
- Curitiba (PR): Eduardo Pimentel (PSD)
- Fortaleza (CE): Evandro Leitão (PT)
- Goiânia (GO): Mabel (União Brasil)
- João Pessoa (PB): Cícero Lucena (PP)
- Manaus (AM): David Almeida (Avante)
- Natal (RN): Paulinho Freire (União Brasil)
- Palmas (TO): Eduardo Siqueira Campos (Podemos)
- Porto Alegre (RS): Sebastião Melo (MDB)
- Porto Velho (RO): Léo (Podemos)
- São Paulo (SP): Ricardo Nunes (MDB)

Com o segundo turno das eleições municipais já encerrado, resta agora a expectativa de que os novos gestores municipais, eleitos com o voto de confiança da população, estejam prontos para enfrentar um desafio financeiro histórico. Um estudo recente da Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela um cenário crítico: mais de 50% dos municípios brasileiros estão no vermelho, acumulando um déficit de R$ 16,2 bilhões, o maior percentual em décadas. Esse contexto de crise é um lembrete de que o trabalho que os prefeitos e vereadores eleitos terão pela frente vai muito além das promessas de campanha.
As dificuldades financeiras que as cidades enfrentam têm origens complexas, mas o aumento de despesas pós-pandemia emerge como uma das principais causas. Em áreas fundamentais como saúde, educação e urbanismo, os custos dispararam. Só em 2023, as despesas cresceram 14,8%, e apenas com pessoal o aumento foi de 13,2%, totalizando R$ 47,6 bilhões a mais em gastos. Isso decorre dos reajustes salariais e da retomada de contratações de servidores, necessárias para garantir o funcionamento dos serviços públicos básicos.
O limite de gastos com pessoal, estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), já foi ultrapassado ou atingido por muitos municípios, evidenciando a dificuldade das administrações em equilibrar as contas. Enquanto os custos crescem, as receitas municipais não acompanham o mesmo ritmo, exigindo criatividade e comprometimento dos gestores para evitar o colapso dos serviços públicos.
A situação é particularmente preocupante em setores como saúde e educação, que absorvem quase metade das despesas municipais. Além disso, previdência social e urbanismo são áreas que apresentam alta demanda orçamentária, sendo responsáveis, em conjunto, por R$ 114,3 bilhões em gastos em 2023. Para os prefeitos que assumirão em 2025, a realidade é clara: qualquer chance de estabilidade fiscal exige medidas inovadoras e bem planejadas para garantir que os serviços básicos cheguem à população.
O papel dos novos gestores municipais é agora proativo e de extrema responsabilidade. E como eleitores, a participação da população se estende para além das urnas; estamos entregando aos eleitos o dever de enfrentar esses desafios com compromisso e foco no longo prazo. A boa administração vai além de um mandato; trata-se de um compromisso com a sustentabilidade financeira das cidades e com a qualidade de vida dos cidadãos.
Enquanto aguarda-se os novos mandatos começarem, espera-se que esses líderes eleitos sejam capazes de enfrentar esses desafios com seriedade, ação consciente e compromisso com o futuro das cidades.

Com a derrota de Janad Valcari (PL) para Eduardo Siqueira Campos (Podemos) no segundo turno, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) não conseguiu eleger prefeitos nas cinco maiores cidades do Tocantins: Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional e Paraíso do Tocantins. Em Palmas, a derrota foi especialmente sentida, já que o governador participou ativamente da campanha de Janad, ao lado de lideranças políticas influentes, como ex-governadores, e com o apoio quase que total da bancada federal e estadual do Tocantins.

As cidades de Araguaína, Paraíso e Porto Nacional reelegeram os prefeitos Wagner Rodrigues (UB), Celso Morais (MDB) e Ronivon Maciel (UB), todos com duas características em comum: a ausência de apoio do governador e a busca pela reeleição. Em Gurupi, a prefeita Josi Nunes (UB) também foi reeleita, contando com o apoio de Wanderlei Barbosa apenas na fase final da disputa.
Em Araguaína, Wagner Rodrigues conquistou 73.158 votos, somando 78,83% dos votos válidos. Com o apoio de partidos como União Brasil, Podemos, PL, MDB, Federação PSDB-Cidadania e PSD, Wagner teve o suporte de nomes como os senadores Dorinha (UB), Eduardo Gomes (PL) e Irajá Abreu (PSD), que substituíram o apoio do governador. Jorge Frederico (Republicanos), candidato apoiado pelo governador e pelo vice-governador Laurez Moreira (PDT), recebeu 20.184 votos, ou 21,62%, contando com aliados como Vicentinho Júnior (PP) e Ricardo Ayres (Republicanos).

Paraíso do Tocantins
Celso Morais garantiu a reeleição em Paraíso com 80,57% dos votos válidos, superando o ex-deputado federal Osires Damaso (Republicanos), que obteve 19,47%. Celso teve apoio de líderes como o ex-governador Marcelo Miranda (MDB), os senadores Dorinha Seabra e Eduardo Gomes, e deputados federais como Eli Borges (PL), Pedro Júnior (PL) e Carlos Gaguim (UB), mas não contou com o apoio do presidente do MDB, Alexandre Guimarães.
Porto Nacional
Em Porto Nacional, Ronivon Maciel (UB) foi reeleito com 65,25% dos votos, derrotando o deputado federal Toinho Andrade (Republicanos), que obteve 27,98%. Esta foi a primeira reeleição de um prefeito na cidade em 24 anos. Ronivon contou com o apoio de figuras influentes, incluindo os senadores Eduardo Gomes (PL) e Dorinha Seabra (UB), além dos deputados Ricardo Ayres (Republicanos) e Carlos Gaguim (UB).
Gurupi

Josi Nunes (UB) também saiu vitoriosa em Gurupi, com 55,47% dos votos (25.533 votos no total). Seu principal oponente, Eduardo Fortes (PSD), recebeu 17.655 votos, o equivalente a 38,35%. Apesar do apoio modesto de Wanderlei Barbosa, anunciado em setembro, Josi contou com a ajuda de senadores como Carlos Gaguim (UB), Eduardo Gomes (PL) e Dorinha Seabra (UB).
O Republicanos, partido de Wanderlei Barbosa, optou por apoiar Josi Nunes após a candidatura de Eduardo Fortes (PSD) ser alvo de controvérsias, inclusive por acusações de pressão sobre servidores para favorecer candidatos do Republicanos. Fortes também foi criticado quando sua noiva declarou apoio a uma candidata adversária do PDT.