Por Elâine Jardim

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Saúde
CRM e sindicato de médicos anteciparam possível colapso no Hospital Dona Regina; MP apura óbitos

Nas últimas 24 horas, o Hospital e Maternidade Dona Regina (HMDR), em Palmas, teria tido três óbitos de mães e bebês, conforme boletins de ocorrência registrados na Polícia Civil do Tocantins. Dados do Integra Saúde apontam que em 2024 ocorreram 10 óbitos maternos e 216 óbitos infantis no Estado.

Há pouco menos de dez dias, o Conselho Regional de Medicina (CRM) e do Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed) revelaram à imprensa que o hospital enfrentava uma crise que envolvia a falta de profissionais médicos, sobrecarga de trabalho e condições inadequadas, fatores que estariam levando o sistema de saúde à beira do "colapso". 

Os representantes descreveram o cenário como crítico, principalmente nos setores de pediatria e obstetrícia, com profissionais formados na residência médica do hospital preferindo atuar em outras regiões ou até mesmo deixando o estado em busca de melhores condições de trabalho.

Frente a isso, o Ministério Público do Tocantins (MPTO) realizou uma inspeção na Maternidade Dona Regina, em Palmas, para investigar óbitos recentes nesta quinta, 31. O promotor Thiago Vilela e sua equipe foram recebidos pelo diretor do hospital, Fernando Pinheiro de Melo, e requisitaram documentos médicos e relatórios de comissões internas para avaliar possíveis falhas na prestação de serviços e a disponibilidade de especialistas, com foco em obstetrícia e pediatria. 

Após a vistoria, o MPTO reuniu-se com o secretário de Saúde, Carlos Felinto Júnior, que, conforme o MP, detalhou medidas para melhorar o atendimento, como aumento nas indenizações de plantonistas.

Entenda 

Nesta quinta-feira, 31, Karle Cristina Vieira Bassorici, técnica de enfermagem grávida de 38 semanas, e seu bebê Lorenzo morreram na quarta-feira, 30, após complicações na unidade hospitalar. Conforme revelado à reportagem, não é o único caso registrado nesta semana. 

A família registrou boletim de ocorrência, tratando o caso como homicídio culposo e pedindo investigação pela Polícia Civil. Karle chegou ao hospital com febre e dores e foi atendida por uma médica, que prescreveu no dia 30, medicação sem solicitar exames, conforme a família.

Na madrugada seguinte, nesta quarta, Karle retornou com dores, e após exame, foi encaminhada ao centro cirúrgico. O bebê já estava morto, e Karle sofreu hemorragia, falecendo horas depois. A família questiona se Lorenzo nasceu com vida, relatando que inicialmente foram informados que ele foi reanimado, mas uma certidão de natimorto foi emitida. O prontuário foi solicitado pela família, que também pediu que o corpo fosse levado ao IML para exames necroscópicos, e aguarda o laudo da polícia para esclarecimentos.

Ainda segundo a defesa da família, o Hospital informou que o corpo de Karle seria enviado para o Serviço de Verificação de Óbitos. A família contestou essa decisão e pediu que o corpo fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para que exames necroscópicos determinassem a causa da morte dela. Por esse motivo, foram orientados a registrar um boletim de ocorrência.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) emitiu uma nota afirmando que todos os procedimentos internos da unidade hospitalar foram realizados, mas que o quadro clínico dos pacientes se agravou. O Jornal Opção Tocantins questionou o Estado para saber quais medidas estão sendo tomadas para mitigar possíveis problemas no atendimento do hospital.

Nota

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que trabalha de forma estratégica para fortalecer a rede hospitalar sob sua gestão, em especial ao Hospital e Maternidade Dona Regina Siqueira Campos (HMDR), unidade de alta complexidade referência para a macrorregião sul do Tocantins.

Dentre as ações da gestão estão os chamamentos públicos, amplamente divulgados para a contratação de médicos especialistas em ginecologia e obstetrícia e pediatria e o estabelecimento de indenização para profissionais de saúde que atuam em plantões extraordinários nas unidades hospitalares, com o objetivo garantir a imediata recomposição de escalas de serviço de profissionais de saúde e substituir os servidores em caso de licença, com atestado médico, ou em gozo de férias.

A SES-TO pontua que está prevista para publicação, no Diário Oficial do Estado (DOE-TO), da quinta-feira, 31, a instituição de Indenização por Procedimentos Obstétricos, com valores específicos para o HMRD, contribuindo para suprir as lacunas de médicos especialistas e estimular as equipes.

Palmas, 31 de outubro de 2024
Secretaria de Estado da Saúde

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Comunicado do governador era aguardado desde o segundo turno ocorrido em Palmas, neste domingo 

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Após as eleições municipais, o cenário para a escolha do próximo governador do Tocantins começa a ganhar forma

Kátia Abreu assume posto de comentarista na CNBC Brasil com foco em agronegócio e transição energética

A CNBC Brasil, novo canal de notícias que chega ao país em novembro, anunciou a contratação da ex-senadora e ex-ministra Kátia Abreu como uma das integrantes de seu grupo de comentaristas especializados. Fora do cenário político desde 2022, quando não conseguiu a reeleição para o Senado, Kátia agora inicia sua trajetória televisiva trazendo análises voltadas para a área de transição energética e agronegócio, setor em que construiu uma carreira de destaque.

O canal, liderado por Douglas Tavolaro, ex-vice-presidente de jornalismo da Record TV e cofundador da CNN Brasil, fará parte da rede internacional da CNBC, presente em mais de 80 países. A programação diária incluirá 15 horas de cobertura ao vivo, durante as quais Kátia e outros 11 comentaristas contribuirão com análises e opiniões especializadas em diversas áreas de negócios e economia.

Kátia Abreu traz consigo uma vasta experiência no agronegócio brasileiro. Além de ter sido ministra da Agricultura entre 2014 e 2016, ela foi presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins por quatro mandatos consecutivos, entre 1995 e 2005, e ocupou a presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) de 2008 a 2011. A entidade representa produtores rurais em todo o Brasil e defende os interesses do setor, sendo uma das mais influentes no agronegócio brasileiro.

Em 2018, Kátia foi candidata a vice-presidente do Brasil na chapa de Ciro Gomes, ficando em terceiro lugar nas eleições daquele ano. Após quase duas décadas como senadora pelo Tocantins, Kátia agora traz sua perspectiva e experiência para um novo público, com análises sobre temas de grande impacto para a economia e sustentabilidade do país.

Eleições 2024
Eduardo Siqueira Campos foi eleito gastando R$ 42,58 por voto, 63,97% menos que Janad Valcari

Janad Valcari, a segunda colocada, recebeu 69.684 votos, com um custo de R$ 133,42 por eleitor

Eleições 2024
Confira quais prefeitos se elegeram nas 15 capitais brasileiras que tiveram segundo turno

No segundo turno das eleições municipais de 2024, realizado neste domingo, dia 27 de outubro, eleitores de 15 capitais brasileiras escolheram seus novos prefeitos, que assumirão o mandato a partir de 1º de janeiro de 2025. Outras 11 capitais já haviam definido seus representantes no primeiro turno, realizado em 6 de outubro.

Confira abaixo a lista completa dos prefeitos eleitos neste segundo turno:

  • Aracaju (SE): Emília Corrêa (PL)
  • Belém (PA): Igor Normando (MDB)
  • Belo Horizonte (MG): Fuad Noman (PSD)
  • Campo Grande (MS): Adriane Lopes (PP)
  • Cuiabá (MT): Abílio Brunini (PL)
  • Curitiba (PR): Eduardo Pimentel (PSD)
  • Fortaleza (CE): Evandro Leitão (PT)
  • Goiânia (GO): Mabel (União Brasil)
  • João Pessoa (PB): Cícero Lucena (PP)
  • Manaus (AM): David Almeida (Avante)
  • Natal (RN): Paulinho Freire (União Brasil)
  • Palmas (TO): Eduardo Siqueira Campos (Podemos)
  • Porto Alegre (RS): Sebastião Melo (MDB)
  • Porto Velho (RO): Léo (Podemos)
  • São Paulo (SP): Ricardo Nunes (MDB)

Faltou Dizer
Prefeitos (as) e vereadores (as) eleitos (as) no Brasil terão que cumprir mais que promessas de campanha

Com o segundo turno das eleições municipais já encerrado, resta agora a expectativa de que os novos gestores municipais, eleitos com o voto de confiança da população, estejam prontos para enfrentar um desafio financeiro histórico. Um estudo recente da Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela um cenário crítico: mais de 50% dos municípios brasileiros estão no vermelho, acumulando um déficit de R$ 16,2 bilhões, o maior percentual em décadas. Esse contexto de crise é um lembrete de que o trabalho que os prefeitos e vereadores eleitos terão pela frente vai muito além das promessas de campanha.

As dificuldades financeiras que as cidades enfrentam têm origens complexas, mas o aumento de despesas pós-pandemia emerge como uma das principais causas. Em áreas fundamentais como saúde, educação e urbanismo, os custos dispararam. Só em 2023, as despesas cresceram 14,8%, e apenas com pessoal o aumento foi de 13,2%, totalizando R$ 47,6 bilhões a mais em gastos. Isso decorre dos reajustes salariais e da retomada de contratações de servidores, necessárias para garantir o funcionamento dos serviços públicos básicos.

O limite de gastos com pessoal, estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), já foi ultrapassado ou atingido por muitos municípios, evidenciando a dificuldade das administrações em equilibrar as contas. Enquanto os custos crescem, as receitas municipais não acompanham o mesmo ritmo, exigindo criatividade e comprometimento dos gestores para evitar o colapso dos serviços públicos.

A situação é particularmente preocupante em setores como saúde e educação, que absorvem quase metade das despesas municipais. Além disso, previdência social e urbanismo são áreas que apresentam alta demanda orçamentária, sendo responsáveis, em conjunto, por R$ 114,3 bilhões em gastos em 2023. Para os prefeitos que assumirão em 2025, a realidade é clara: qualquer chance de estabilidade fiscal exige medidas inovadoras e bem planejadas para garantir que os serviços básicos cheguem à população.

O papel dos novos gestores municipais é agora proativo e de extrema responsabilidade. E como eleitores, a participação da população se estende para além das urnas; estamos entregando aos eleitos o dever de enfrentar esses desafios com compromisso e foco no longo prazo. A boa administração vai além de um mandato; trata-se de um compromisso com a sustentabilidade financeira das cidades e com a qualidade de vida dos cidadãos.

Enquanto aguarda-se os novos mandatos começarem, espera-se que esses líderes eleitos sejam capazes de enfrentar esses desafios com seriedade, ação consciente e compromisso com o futuro das cidades.