Faltou Dizer

Recondução sem oposição reforça dúvidas sobre independência legislativa no Tocantins

E agora o povo busca por uma figura, à altura da polarização entre Lula e Bolsonaro, para ser o novo nome nacional da política brasileira

COP29 simboliza um sistema em colapso, no qual interesses corporativos têm mais voz que as populações vulneráveis

A trama golpista articulada por militares de alta patente tinha como objetivo subverter a ordem democrática e estabelecer um regime de exceção no Brasil

Francisco Wanderley Luiz tentou fazer do próprio suicídio um ato político

Fragmentada e vulnerável, a Mata Atlântica precisa mais de ações do que de promessas

As explosões que abalaram o Supremo Tribunal Federal (STF), resultando na morte de um homem apontado como autor do ataque, ecoaram o radicalismo violento que ameaça nossa democracia.
Ao mesmo tempo, o atentado pode representar um marco definitivo contra a proposta de anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Um exemplo disso é a reação de um dos principais nomes da extrema-direita, o deputado estadual Gustavo Gayer (PL-GO), que lamentou em grupos bolsonaristas: “Parece que foi esse cara mesmo. Agora vão enterrar a anistia. Pqp”, escreveu.
As mensagens foram obtidas pela Folha de S. Paulo, enviadas em dois grupos com deputados ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lamentando o fato. Gayer chegou a compartilhar a foto do autor do atentado, que seria um ex-candidato a vereador pelo PL.
A defesa dessa anistia, encampada por algumas lideranças conservadoras, tem como argumento principal a “pacificação nacional.” No entanto, o que realmente observamos é uma tentativa de banalizar ataques diretos ao Estado de Direito.
A tentativa de perdoar aqueles que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes não pacifica — ela normaliza a insurreição e enfraquece as instituições que protegem nossas liberdades e garantem a estabilidade do país. O atentado mais recente ao STF é um lembrete sombrio de que a violência não está tão distante quanto alguns gostariam de acreditar.
Francisco Wanderley Luiz, identificado como o autor do ataque, tentou invadir o edifício da Suprema Corte e detonou um explosivo, colocando em risco os alicerces da Justiça. Esses atos extremistas, que se assemelham a práticas terroristas, mostram que a defesa da anistia é não apenas imprudente, mas também desrespeitosa com todos os brasileiros que prezam pela democracia.
A concessão de anistia aos golpistas de 8 de janeiro pode ter consequências ainda mais graves: incentiva futuras ações extremistas. Quando o poder legislativo cede a pressões e permite que esses ataques permaneçam impunes, ele manda uma mensagem de que nosso Estado é fraco e que as instituições não estão dispostas a proteger a democracia com a devida seriedade.
Além disso, uma anistia abre um precedente perigoso, permitindo que o radicalismo volte à tona sempre que interesses políticos extremos decidam desafiar o sistema democrático. Esse ataque ao STF, seguido pelo crescente cansaço entre lideranças centristas em relação às pautas da extrema-direita, pode trazer mudanças significativas no cenário político.
A ideia de anistiar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro é, portanto, um erro que ameaça a própria base da democracia. É hora de reafirmar nosso compromisso com a justiça, lembrando que proteger as instituições é a única forma de garantir que atos extremistas não sejam aceitos ou esquecidos. A verdadeira paz vem da justiça, e a verdadeira democracia só se mantém viva com a proteção firme de suas instituições.
Leia também:

Muito embora se declare “católico de axé e pós-ateu”, Caetano Veloso canta música evangélica durante show em Brasília exaltando o respeito a todas as religiões, numa espécie de “ecumenismo pós-moderno e vanguardista”

Filme "Ainda Estou Aqui", que chegou aos cinemas brasileiros na última quinta-feira, 7, retrata a dureza da ditadura militar no Brasil

De volta à presidência, republicano pode tomar decisões que podem desestabilizar a geopolítica