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O título, que faz referência à obra da ativista Cida Bento, cofundadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), é muito adequado para o primeiro e histórico pódio de mulheres negras nas Olimpíadas de Paris

Mais do que medalhas: espírito olímpico precisa ser mais valorizado durante os jogos

Fabrício Vera

O espírito olímpico é associado à ideia de celebrar a dedicação e a competição saudável, mas para muitos, o foco é claro e direto: vencer. Em um cenário de alta performance como os Jogos Olímpicos, a busca pela vitória virou o único objetivo. Infelizmente, essa mentalidade está na cabeça de atletas e equipes, além do público externo, principalmente aqueles que acompanham as competições apenas a cada quatro anos.

Em uma competição onde a margem entre o sucesso e o fracasso pode ser de milésimos de segundos ou milímetros, um atleta pode ficar marcado na história ou ser considerado “irrelevante” nos detalhes. Por exemplo, nos 100 metros rasos masculino, o americano Noah Lyles levou a medalha de ouro e a glória com o tempo de 9.79 segundos. Entretanto, o jamaicano Oblique Seville com 9.91 segundos ficou em último e não deverá ser lembrado.

As Olimpíadas não deveriam ser assim, porque não foram criadas apenas para a glória, mas para valorizar o desempenho máximo e superação. Lembrando que no início apenas atletas amadores participavam dos jogos, e o profissionais ficavam de fora. Apenas nos Jogos Olímpicos de Seul em 1988 que os atletas profissionais foram liberados para competir.

O verdadeiro espírito olímpico também está em que chega em último, mas que se superou e deu o seu melhor. Em nível mundial, o desempenho pode não ser visto como relevante, mas esse desempenho poder histórico para uma nação.

Por exemplo, em Sydney 2000, Eric Moussambani, nadador de Guiné-Equatorial, nadou uma eliminatória de 100 metros rasos sozinho e terminou com o tempo de 1 minuto e 52 segundos. O medalhista de ouro do mesmo percurso, o holandês Pieter van den Hoogenband, alcançou o recorde mundial com 47 segundos.

Só que é necessário contexto: Moussambani começou a nada apenas quatro meses antes das Olimpíadas, já que o seu país não tinha um representante. Ele nadou em locais totalmente diferentes e apenas na cidade australiana nadou em uma piscina olímpica. De qualquer forma, o guinéu-equatoriano estabeleceu o seu recorde pessoal e de seu país.

Conhecido no evento como “Eric the Eel” (Eric, a enguia), ele virou celebridade na competição e queridinho do público. Em sequência, ele foi convidado para treinar na Espanha e parou de nadar em piscinas de lazer em sua terra natal. Posteriormente nadou em Atenas 2004 e em outras competições de natação.

Não apenas os Jogos Olímpicos de Verão, mas nos Jogos Olímpicos de Inverno também temos exemplos desse patamar. O desempenho do time de bobsled da Jamaica e do britânico Eddie Edwards, conhecido com “Eddie the Eagle” (Eddie, a Águia), no salto de esqui, também foram destaque na competição de inverno de Calgary em 1988. Nenhum deles foi campeão, mas todos se superaram e conquistaram o público pelo espírito esportivo.

Nos Jogos Olímpicos de Paris, o arqueiro do Chade, Israel Madaye, não teve um grande desempenho e perdeu para Kim Woo-jin, da Coreia do Sul, que levou três medalhas de ouro no evento. Entretanto, o atleta ganhou o respeito dos coreanos, principal potência da modalidade, pelo seu espírito olímpico. Posteriormente, Madaye disse que apenas o país asiático valorizou a sua dedicação ao esporte, após a eliminação.

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Hoje a fiscalização de armas no Brasil é ineficaz, mas será impossível em 2025

Com cerca de 18 mil servidores efetivos, a Polícia Federal (PF) terá a grande missão de fiscalizar 4,8 milhões de armas de fogo em 2025, conforme dados divulgados pelo Anuário da Segurança Pública na última semana. Ou seja, são 266,6 armas para cada servidor. O número parece razoável, mas é preciso considerar que nem todos esses agentes públicos possuem atribuição para essa análise e que, além disso, também terão que avaliar pedidos de posse e porte solicitados ao longo do mesmo ano.

O anuário mostra que o aumento de armas registradas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm) teve um crescimento de 144,3%, passando de 637.972 para 1.558.416 registros ativos, entre 2017 e 2022. Defesa pessoal? Não. Na maioria das vezes, é para aumentar o risco de violência doméstica, acidentes e, claro, servir ao crime organizado país afora. Talvez esteja distante na memória recente do país que era plano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro a abertura da venda de ainda mais armas e munição por pessoa no país.

Mesmo após a saída de Bolsonaro e a vitória de Lula nas eleições, os dados Sinarm mostram um crescimento significativo no mercado de armas em 2023, com um aumento de 34%. Atualmente, o número de armas com registros ativos na PF ultrapassa 2 milhões. Segundo o anuário, quando somados os registros vencidos (1,7 milhão) e as armas de caçadores, atiradores e colecionadores (CAC) recadastradas junto à PF (963 mil), o total chega a 4,8 milhões de armas de fogo. A partir de 2025, a PF será responsável pelo gerenciamento dessas informações e pela fiscalização desse alarmante volume conforme definido pelo governo Lula.

A PF era encarregada do registro e fiscalização de armas para defesa pessoal, bem como das armas de propriedade das polícias civis e empresas de segurança privada. O Exército, por sua vez, cuidava do registro e fiscalização dos CACs, além das armas de militares, policiais militares e bombeiros militares. Por conta da ineficiência comprovada do Exército, a análise de todas essas armas ficou a cargo da PF.

Não é preciso ser um especialista em Segurança Pública para enxergar que tal medida é inviável, pois a PF, além dessa análise, tem inúmeros crimes a resolver e uma série de outras atribuições. “A esquerda vai gostar”, talvez pensasse o presidente Lula quando assinou os dois decretos que tornavam mais duras as regras para portar armas no Brasil, mas sem pensar no trabalho grandioso que a PF iria ter.

Lula herdou uma bomba de Bolsonaro, mas, apesar disso, teve uma decisão acertada. No entanto, faltou sensibilidade para destinar orçamento, viabilizar e equipar a PF na fiscalização de algo que – 96% das vezes – serve para massagear o ego frágil do homem médio brasileiro.

“Velha política” é o principal fator de desânimo entre os eleitores?

Mais um vez o eleitor brasileiro é confrontado com uma prática dentro da política que tem desencorajado a participação no pleito: a velha política. Mesmo com os discursos continuarem com a promessa de “renovação” e de “mudança”, a realidade ainda é outra. Os políticos de sempre continuam sendo eleitos no final das contas e a “renovação” até pode acontecer no primeiro nome, mas o sobrenome continua o mesmo em muitos casos.

Pode-se dizer que esse cenário é criado/causado pela falta de importância da política na sociedade, cada vez menos indivíduos desejam realizar debates sobre os atuais problemas. Sem discussões a respeito, menos as pessoas estão engajadas na política e quantidade de nomes para concorrer às eleições fica escassa. Por isso, os “nomes de sempre” continuam com o caminho livre para se perpetuarem na política e criarem as suas próprias dinastias.

Além do desânimo político causado por inúmeros fatores, como corrupção e desinteresse, a falta de conhecimento sobre as eleições também influencia. Muitos não sabem o papel do Poder Legislativo dentro de uma democracia, a sua importância e suas obrigações. Por consequência, o voto para vereador é visto como uma escolha sem importância, caso formos comparar com às eleições presidenciais ou até mesmo para o pleito para prefeito.

No entanto, os vereadores são aqueles que têm o poder de legislar diretamente sobre inúmeras questões que afetam as comunidades diariamente. Desde o planejamento urbano até a educação local, infraestrutura e até os serviços públicos mais essenciais. Os parlamentares do munícipio são a base de qualquer política, aqueles que deveriam estar sempre em contato com a população para entender melhor as necessidades que passam.

Para alterar esse cenário, caso seja interesse dos políticos, o primeiro passo é a transparência, fundamental para que tem um mandato. Os parlamentares precisam detalhar as suas ações, assim mostram que não há corrupção envolvida. Ao mesmo tempo, a população pode observar o impacto do trabalho deles dentro da cidade.

Por fim, talvez o ponto mais importante, a real renovação política, permitindo que novos nomes possam surgir e ter uma chance dentro do jogo. Recentemente vimos o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desistindo de tentar a reeleição. Assim como nos EUA, o Brasil também possui inúmeros políticos com idade elevada e que não possuem condições de ter um mandado, eles precisam deixar os trabalhos para os mais novos.

Para combater essa desmotivação, ainda fundamental que os próprios eleitores se fortaleçam. Informar-se sobre os candidatos locais, suas propostas e histórico é crucial. Além disso, cobrar responsabilidade dos vereadores eleitos é um direito e um dever cívico.