Mulheres continuam sofrendo agressões e morrendo
07 novembro 2023 às 09h44
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O episódio do mandado de prisão contra o ex-senador Telmário Mota, acusado de ser o mandante da morte da mãe de sua filha, contra a qual ele teria abusado sexualmente, mostra uma realidade terrível no Brasil. Também aqui pelo Tocantins ouvimos falar frequentemente de algum homem preso porque tinha mandado de prisão por abuso sexual ou por violência contra mulheres. Esses valentões andam soltos por aí, fugindo da polícia e da Justiça.
O caso do ex-senador foi resolvido rapidamente porque ele, sendo figura pública, foi descoberto rapidamente numa fazenda de sua propriedade no interior de Goiás. Também pode ter sido denunciado por um de seus empregados ou por algum parente desses.
Vemos todos os dias nos noticiários do Brasil inteiro casos de mulheres que são mortas por ex-companheiros, maridos ou equivalentes que não cumprem as medidas protetivas. Outras são assassinadas friamente por homens que não aceitam ter sido excluídos das vidas de suas vítimas.
Um caso que chamou a atenção recentemente foi o da cantora gospel casada com um pastor desempregado que a matou com requintes de crueldade e depois ainda queimou seu corpo. O assassino, friamente, ainda deu queixa de desaparecimento dela.
Esses machões que não suportam um “enfeite” na cabeça e que são cruéis com suas vítimas deveriam mostrar sua valentia esperando a polícia para ser presos. O sistema tem de ser mais duro nas medidas protetivas e precisa haver mais segurança para as mulheres que denunciam abusos e violência.
Sistema de defesa de vítimas de agressão e abuso precisa ter instrumentos para agir rapidamente
Aqui, em Porto Nacional, outro caso de assassinato despertou interesse da comunidade. Foi um homem que matou a namorada de 16 anos e a mãe dela. As vítimas, indefesas, sofreram golpes de facão e o pai da moça, que tentou defende-las, seguia internado também por causa dos ataques de que foi vítima, com a mesma arma branca. O assassino estava a poucos metros de onde vivia, escondido numa mata dormindo numa rede e comendo frutas para sobreviver.
É preciso que o sistema de defesa para as mulheres vítimas de agressão e abuso tenha instrumentos para agir rapidamente. A Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar do Tocantins, tem grande eficiência, mas não dá conta sozinha de todos os casos.
Também se faz necessário um maior preparo dos policiais das delegacias de cidades onde não exista unidade de defesa da mulher. Em muitos casos, a vítima acaba sendo colocada como culpada pela agressão sofrida. E ainda há os casos em que as vítimas relutam em chamar ajuda, o que aumenta consideravelmente a confiança dos agressores. A situação já foi mais crítica, melhorou bastante, mas ainda há muito a ser feito.