Conservadorismo x Progresso: Análise de marketing e política na eleição dos EUA
02 novembro 2024 às 09h59
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As eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos apresentam um cenário marcado pela polarização e diversidade de opiniões. Já na reta final da campanha, as eleições acontecem na próxima terça-feira, 5 de novembro. As estratégias de marketing de Kamala Harris e Donald Trump refletem mais do que suas filosofias políticas e suas capacidades de engajamento. As campanhas de marketing trabalham para gerar identificação entre os eleitores e os candidatos. Ou seja, fazer com que acreditem que seus ideais são representados por algum dos candidatos.
De forma geral, internacionalmente, as eleições se tornam cada vez mais polarizadas entre direita e esquerda. Enquanto o velho “centrão” segue sendo acusado por ambos os lados de ser “em cima do muro”. Dessa forma, ao redor do globo, as campanhas se dividem majoritariamente entre um candidato de direita e um de esquerda. E mesmo nos Estados Unidos, onde ambos são de direita, um dos candidatos se apresenta como o defensor das minorias e direitos humanos. Por outro lado, a direita, historicamente defende a família tradicional, a rigor em processos penais, e a redução das interferências do governo.
Kamala Harris, como atual vice-presidente e candidata à presidência, adota uma abordagem centrada na inclusão e diversidade. Seu marketing enfatiza temas como justiça social, direitos das mulheres e mudanças climáticas, tentando ressoar com uma base ampla de eleitores, especialmente os jovens e grupos marginalizados. Por outro lado, Donald Trump continua a ser uma figura polarizadora, conhecido por sua retórica provocativa e por mobilizar uma base leal de apoiadores. Sua estratégia de marketing se caracteriza pela utilização intensa das redes sociais e pela realização de grandes comícios, que criam um senso de urgência e exclusividade.
Sobre as campanhas presidenciais de 2024 nos EUA
Quanto à campanha de Kamala Harris, a utilização eficaz das redes sociais, com vídeos curtos e mensagens visuais, é uma parte crucial da estratégia. Dessa forma, ela permite uma conexão emocional e um engajamento mais direto. Os pontos positivos de sua abordagem incluem a promoção de uma narrativa de união e progresso. Ela opta por focar em temas que são considerados cruciais para o futuro do país e do planeta. Além disso, sua promoção de eventos comunitários demonstra um compromisso em ouvir e interagir com os eleitores.
Ainda assim, vale destacar que sua campanha enfrenta críticas constantes e severas. Alguns internautas e eleitores a veem como elitista, argumentando que pode parecer distante de eleitores de classes trabalhadoras que se sentem negligenciadas. Há também a percepção de que as soluções propostas carecem de clareza e um plano concreto de implementação, o que muitas vezes gera desconfiança.
Entretanto, Trump também enfrenta críticas significativas. Sua retórica muitas vezes intensifica a divisão política, alienando eleitores moderados e independentes. A simplicidade de suas mensagens facilita a compreensão e a memorização por parte dos eleitores. As suas mensagens são diretas e a repetição de slogans, como “Make America Great Again” (Fazer a América Grande Novamente), permanecem centrais em sua campanha.
Por outro lado, entre os pontos positivos da campanha de Donald Trump, destaca-se a capacidade de mobilização de sua base, fazendo com que seus apoiadores se sintam parte de um movimento.
Uma crítica válida para Goiás e Brasil
A comunicação direta de Trump contorna e enfrenta a mídia, assim como fazem outros nomes da extrema direita. Inclusive em Goiás, como faz Gustavo Gayer quando expõe jornalistas e os responde com receitas de bolo. E nacionalmente, temos o exemplo de Jair Bolsonaro, que teve inúmeros episódios de desrespeito contra jornalistas no exercício de sua profissão.
Além disso, esse tipo de comunicação frequentemente levanta preocupações sobre desinformação e a responsabilidade ética, principalmente em período de campanha. A ênfase em teorias da conspiração, especialmente em relação à confiabilidade do processo eleitoral democrático de seus países impacta sua credibilidade. Principalmente por já terem sido eleitos pelo mesmo sistema que acusam e serem investigados por incentivar destruição de patrimônios públicos em manifestações.
Em suma, as abordagens de marketing e campanha de Kamala Harris e Donald Trump em 2024 revelam não apenas suas identidades políticas, mas também as realidades sociais dos eleitores. Enquanto também ilustram o cenário internacional, brasileiro e mesmo goiano.
Harris tenta construir uma coalizão diversificada com um apelo à empatia, como fez Adriana Accorsi nas eleições municipais de Goiás. Trump, em outra abordagem, busca energizar sua base através de uma comunicação audaciosa, como fez Fred Rodrigues.
Quanto às eleições dos Estados Unidos da América, nenhum jornalista ou pesquisador tem bola de cristal para prever o resultado com certeza e exatidão. Fato é que o sucesso de ambos candidatos dependerá não apenas de suas estratégias, mas também da capacidade de ressoar com um eleitorado que anseia por mudança e estabilidade em tempos turbulentos.