Homem-bomba é balde de água fria em bolsonaristas
18 novembro 2024 às 15h02
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O atentado terrorista protagonizado por Francisco Wanderley Luiz, em frente ao Superior Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), gerou crise não apenas no governo, mas também na própria ala bolsonarista. Seguidor de Jair Bolsonaro (PL), Luiz tentou fazer do próprio suicídio um ato político após a tentativa frustrada de invadir o STF.
A ação, porém, caiu como um balde de água fria contra a extrema-direita. Políticos bolsonaristas já admitem que, se as chances de anistia aos golpistas do 8 de janeiro já eram remotas, agora são praticamente nulas.
A fim de amenizar o atentado, a direita afirmou que Luiz era uma espécie de lunático e que agiu de forma autônoma, gerando uma disputa de narrativa na capital federal. A afirmação, no entanto, não “colou”, gerando a dúvida: seria o autor do ataque um “lobo solitário” ou parte de um plano maior, de uma “alcateia de lobos”, com ligação à tentativa de golpe em 2023?
Apenas a Polícia Federal (PF) poderá esclarecer. Entretanto, é fato de que o 8 de janeiro continua no imaginário bolsonarista e que a invasão aos três poderes ainda inspira parte da militância, como observado com Luiz.
A polícia ainda investiga se há outras pessoas relacionadas diretamente ou indiretamente ao atentado. Porém, ficou óbvio que não se trata de um episódio isolado ou ocorrido no vácuo. O catarinense foi candidato a vereador pelo PL e era um militante bolsonarista ativo nas redes sociais, assim como golpistas do 8 de janeiro.