Na eleição desta sexta-feira, 29, foi decidida a nova composição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto). Sem muitas surpresas para quem acompanha a política tocantinense, o deputado Amélio Cayres (Republicanos) foi reeleito para ocupar a presidência da Casa, com voto dos 23 deputados presentes (Júnior Geo não esteve presente na sessão). O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), conseguiu demover indecisos que estavam cogitando formar uma “chapa de oposição” a Cayres, seu braço direito, durante um jantar marcado pelo presidente na véspera da votação. A reunião contou com a presença de 17 deputados, além de Wanderlei e Amélio, e teve registros compartilhados nas redes sociais dos deputados. 

Deputados se reuniram em jantar com governador no dia anterior à eleição | Foto: Redes Sociais

Com a pressão palaciana para reeleger Cayres, somada à própria influência da presidência, que possui cargos comissionados estratégicos em comissões e na TV Assembleia, o pequeno grupo liderado por Eduardo do Dertins (Cidadania) não conseguiu reunir os sete nomes necessários para registrar uma chapa concorrente.

Todos os deputados presentes votaram em Amélio Cayres | Foto: Silvio Santos/Aleto

Na foto feita ao final da sessão, 19 deputados posaram ao lado do presidente. Apenas os tucanos Júnior Geo e Eduardo Mantoan, além de Eduardo do Dertins, não participaram. Olyntho Neto (Republicanos) e Jair Farias (UB) também não aparecem na imagem, mas por terem deixado o local antes. 

Cayres recebeu 23 votos para ser reconduzido à presidência da Assembleia, o que demonstra sua força política, mas também levanta preocupações. Além de ser braço direito do governador, a liderança de Cayres reforça os questionamentos sobre o papel da Assembleia na fiscalização do Executivo estadual. Historicamente, a Aleto já foi acusada de funcionar como uma extensão do governo, aprovando matérias de interesse do Palácio Araguaia sem maiores questionamentos. A permanência de Cayres no comando da Casa, sem uma única dissonância, pode intensificar essa percepção. 

Outro aspecto importante é a insegurança jurídica que as três eleições para a mesma Mesa Diretora colocam a Aleto. Conforme, Marlon Reis, advogado do PSB Tocantins e autor do pedido que derrubou a eleição dupla, no começo da Legislatura, o processo eleitoral abre margem para questionamentos futuros no STF