Bebê Karajá de cinco meses morre por desnutrição e desidratação em Lagoa da Confusão
03 novembro 2024 às 14h20
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Na aldeia Santa Isabel do Morro, localizada na Ilha do Bananal, em Lagoa da Confusão, um bebê de cinco meses do povo Karajá faleceu na última sexta-feira, 1º, em decorrência de um quadro grave de desidratação e desnutrição. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) informou que a criança havia sido abandonada pela mãe, foi abrigada por um período e, posteriormente, ficou sob os cuidados dos avós. A situação está sendo investigada.
De acordo com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Araguaia, o bebê foi abandonado em junho e, desde então, vinha recebendo acompanhamento médico, além de medicamentos e suporte psicológico à família.
Na época do abandono, uma agente de saúde indígena encontrou a criança em uma área de matagal na região. Conforme a coordenadora local da Funai, Rafaela Karajá, o bebê foi encaminhado para um abrigo em São Félix, onde permaneceu por um mês. Posteriormente, os avós maternos e o cacique solicitaram a guarda, que foi autorizada pela Justiça.
“Como prevê o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), as famílias paterna/materna elas têm o direito de ter a guarda, desde que tenha condições. E assim foi feito. O juiz determinou que o bebê fosse acolhida pelos avós”, explicou a coordenadora.
A decisão de guarda provisória foi concedida em julho deste ano pela 1ª Vara da Comarca de Cristalândia. Na ocasião, surgiu a hipótese de a mãe ter sofrido depressão pós-parto.
Rafaela Karajá afirmou que a Funai monitorou a situação do bebê e que notificou os serviços de saúde indígena para assegurar um acompanhamento multidisciplinar na aldeia.
“Tendo em vista a dificuldade alimentar que ela tinha, deveria ser entregue o leite para a família, água, as fraldas. Nós enquanto Funai sugerimos que a SESAI fizesse esse acompanhamento para que a mãe pudesse também acolhê-la ao longo do tempo e entendermos o que porquê da rejeição com o bebê. Agora é buscar informações sobre o que aconteceu para que o bebê chegasse a esse ponto de desnutrição e desidratação grave”, concluiu. (Com informações do G1Tocantins)