Estudantes de Palmas solicitam passe livre no transporte público municipal

24 abril 2025 às 16h42

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Representantes de instituições de ensino superior de Palmas estiveram reunidos nesta semana com o secretário de Governo da Prefeitura, Sérgio Soró, em encontro mediado pelo co-vereador do mandato coletivo SOMOS, Alexandre Peara (PT). O objetivo da reunião foi discutir a implementação do Passe Livre Estudantil (PLE) na capital tocantinense. A mobilização, que tem ganhado força entre entidades estudantis, ocorre em meio a um cenário de dificuldades no transporte público da cidade.
A crise no sistema levou à contratação emergencial de R$ 196 milhões para suprir a escassez de ônibus em circulação. O contrato tem duração de um ano, período no qual será realizada a licitação para a concessão definitiva do serviço de transporte público em Palmas.
“Este é o momento de discutirmos e garantirmos a gratuidade do transporte público como Política Pública para os estudantes palmenses. As decisões tomadas agora impactarão na vida da população nas próximas décadas, este é o momento de transformarmos esta luta em realidade”, afirmou Matheus Dutra, integrante do Centro Acadêmico de Direito da Universidade Federal do Tocantins (UFT).
A mobilização conta com a participação de representantes de quase 30 entidades estudantis ligadas a pelo menos seis instituições de ensino superior, públicas e privadas, e busca ampliar a articulação para incluir também os estudantes do ensino médio. Para Alexandre Peara, “a gratuidade do transporte público para estudantes não é gasto, é investimento”.
Durante a reunião, realizada no gabinete do secretário, Sérgio Soró ouviu as reivindicações apresentadas pelos estudantes e reconheceu que o sistema de transporte enfrenta deficiências históricas. De acordo com Soró, atualmente estão em operação cerca de 95 ônibus na cidade, número abaixo do necessário — estima-se que ao menos 140 veículos seriam demandados para atender à população adequadamente.
Lorena Souza, estudante do curso de Serviço Social da Unitins, relatou dificuldades enfrentadas no deslocamento até a universidade. “Hoje mesmo tive que vir na porta porque o ônibus estava lotado”, contou.
Com o objetivo de fundamentar as discussões e auxiliar na formulação de políticas públicas, as entidades estudantis elaboraram um estudo preliminar que analisa a situação socioeconômica dos estudantes da capital, os custos de vida em Palmas, experiências do Passe Livre Estudantil em outras cidades e propõe a criação de um Fundo Passe Livre Estudantil.
Capitais como Brasília e Belo Horizonte já adotam a gratuidade no transporte público para estudantes. A proposta, segundo os representantes, está em sintonia com diretrizes nacionais e internacionais voltadas à ampliação do acesso à educação e à promoção de cidades sustentáveis.