Festas juninas superam carnaval como evento popular favorito dos brasileiros, aponta pesquisa

31 janeiro 2025 às 10h36

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Um levantamento realizado pela JLeiva Cultura & Esporte, com patrocínio do Itaú e do Instituto Cultural Vale, revelou que as festas juninas são a celebração popular favorita dos brasileiros, superando até mesmo o tradicional carnaval. De acordo com a pesquisa Cultura nas Capitais, 78% dos participantes de eventos populares nas capitais brasileiras relataram ter frequentado festas juninas no período de um ano, enquanto 48% participaram de desfiles e blocos de carnaval.
O diretor da pesquisa, João Leiva, atribuiu essa preferência à descentralização das festas juninas, realizadas em escolas, igrejas e diversos outros locais, atraindo um público mais amplo e diverso. Além disso, essas celebrações se estendem por períodos maiores do ano, o que facilita o acesso. Apesar disso, Leiva destacou que, mesmo somando grandes públicos, as festas juninas têm menos alcance midiático em comparação com o carnaval.
Sertanejo lidera como gênero musical favorito
O sertanejo também foi destaque no levantamento, consolidando-se como o gênero musical favorito em 15 das 27 capitais do país. Ele foi citado por 34% dos entrevistados entre os três estilos musicais preferidos, superando a soma do samba (11%) e pagode (18%). O gênero mantém sua popularidade em todas as faixas etárias, liderando entre os adultos e perdendo apenas entre os jovens de 16 a 24 anos, que priorizam funk, pop e rap.
Embora os cinemas sejam a principal atividade cultural fora de casa, menos da metade dos entrevistados (48%) foi ao cinema nos 12 meses anteriores à pesquisa. Além disso, 36% afirmaram nunca ter visitado um museu, e 38% nunca assistiram a uma peça teatral. Segundo Leiva, atividades culturais que podem ser realizadas em casa, como leitura (62%) e jogos eletrônicos (51%), são mais frequentes devido à facilidade de acesso.
A pesquisa também constatou que o consumo de atividades culturais diminuiu entre 2017 e 2024, com exceção dos jogos eletrônicos, impactados por mudanças de hábito durante a pandemia de Covid-19. Apesar disso, há potencial de crescimento, com muitos entrevistados demonstrando grande interesse em participar de eventos culturais, embora ainda não os frequentem.
O estudo revelou que o acesso à cultura reflete as desigualdades socioeconômicas do país. Pessoas brancas, jovens, com maior escolaridade e melhores condições econômicas têm mais acesso a atividades culturais, enquanto idosos, donas de casa e populações de baixa renda enfrentam as maiores barreiras. Enquanto 20% dos entrevistados da classe A participaram de concertos musicais, apenas 3% das classes D/E tiveram essa experiência. Já na leitura, 81% das pessoas da classe A disseram ler, em comparação com 41% das classes D/E.
A pesquisa Cultura nas Capitais foi realizada entre 19 de fevereiro e 22 de maio de 2024, com 19,5 mil pessoas acima de 16 anos, abrangendo as 26 capitais brasileiras e o Distrito Federal.