O papa Francisco oficializou, neste domingo, 20, durante uma missa na Praça de São Pedro, no Vaticano, a canonização de José Allamano, missionário italiano, por sua intercessão em um milagre ocorrido em 1996, na floresta amazônica, no estado de Roraima. O missionário foi o fundador da congregação dos Missionários da Consolata. 

Segundo os relatos, o milagre envolveu um indígena da etnia Yanomami, que foi atacado por uma onça durante uma incursão na floresta. Ele teria sofrido um grave ferimento na cabeça e recebeu atendimento inicial pelos missionários da Consolata, antes de ser levado para Boa Vista, onde passou por cirurgia. 

Missionáira Felicita Muthoni, com Sorino Yanomami, recuperado após ataque de onça em 1996 — Foto: Reprodução/Diocese de Roraima

Durante o período de recuperação, os missionários realizaram orações pedindo a intercessão de José Allamano para a cura do rapaz. De acordo com o relato, a recuperação foi considerada extraordinária, e o indígena pôde retornar à sua comunidade com saúde restabelecida. 

Para o padre James Legarin, Superior Geral dos Missionários da Consolata e nono sucessor de José Allamano, o processo de canonização é bastante complexo:  “o processo para o reconhecimento da santidade de alguém é bastante longo, árduo e envolvente. Precisamos de paciência, na oração e na meditação, para deixar que o Espírito Santo faça a sua obra de salvação. A Família Missionária da Consolata sempre considerou este tempo longo como o tempo de Deus”, afirmou Legarin.