Nesta quinta-feira, 16, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) realizou a 5ª Reunião da Sala de Crise para acompanhar os desdobramentos do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conecta os estados do Tocantins e Maranhão. Durante o encontro, foi destacado que a remoção dos materiais depositados no rio, incluindo recipientes de pesticidas, só poderá ser retomada em abril, devido às cheias e ao aumento da vazão do rio Tocantins, que inviabilizam os trabalhos de recuperação no momento.

De acordo com análises mais recentes realizadas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), não foram detectadas alterações na qualidade da água do rio Tocantins devido ao acidente. Amostras coletadas até 6 de janeiro confirmaram que os parâmetros de qualidade, incluindo PH e condutividade elétrica, estão dentro dos valores esperados. A coleta de amostras segue com frequência diária para indicadores básicos e três vezes por semana para análises de pesticidas.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) também afirmou que não há registros de impactos sobre a biota, como mortandade de peixes ou outros efeitos ambientais relacionados à liberação de poluentes. Segundo o órgão, as análises realizadas em peixes da região confirmam que não há sinais de intoxicação por pesticidas.

Avanço na remoção de materiais e monitoramento

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que está em fase de planejamento a retirada de veículos ainda sobre a parte remanescente da ponte, enquanto avança com a implementação da travessia por balsas no local. Paralelamente, empresas contratadas estão monitorando a fauna aquática (ictiofauna) e desenvolvendo ações de gestão ambiental na região do acidente.

A remoção de 1.339 bombonas contendo pesticidas, depositadas no rio após o acidente, foi temporariamente suspensa devido ao aumento da vazão do rio Tocantins. Dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB) mostram que a vazão triplicou em Descarreto (TO), passando de 3.340 m³/s no dia do acidente, em 21 de dezembro de 2024, para 8.907 m³/s nesta quarta-feira, 15. A remoção só deve ser retomada após a redução das vazões, prevista para abril de 2025.

Próximos passos

Diante da ausência de impactos ambientais relevantes e da estabilidade da qualidade da água, a ANA decidiu que o acompanhamento da situação será integrado à dinâmica da Sala de Acompanhamento do Sistema Hídrico do Rio Tocantins, com reuniões mensais. A próxima está marcada para terça, 21. No entanto, se houver alterações  no cenário, uma nova reunião extraordinária da Sala de Crise será convocada.

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