Com a intensificação dos ataques entre Israel e Irã, autoridades municipais brasileiras que estão em missão oficial no Oriente Médio enfrentam dias de incerteza e tensão. A comitiva, formada por prefeitos, vice-prefeitos e secretários de 11 estados, permanece abrigada em bunkers e hotéis, enquanto aguarda autorização e condições seguras para retornar ao Brasil.

Nas redes sociais, integrantes do grupo têm compartilhado registros da rotina sob alerta. Durante a madrugada deste domingo (no horário de Brasília), o vice-prefeito de Uberlândia (MG), Vanderlei Pelizer Pereira, publicou vídeos dos avisos de emergência e do deslocamento da delegação até os abrigos. Pela manhã, compartilhou o tema de uma das aulas que vêm sendo oferecidas no local: “Sensação de segurança e ordem pública”.

Além dos momentos de refúgio, os participantes também assistem a palestras sobre temas como instabilidade política e violência urbana. A vice-prefeita de Goiânia, Cláudia da Silva Lira (Avante), publicou imagens de uma das apresentações, enquanto o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), relatou a tensão da noite: “Parece que vencemos mais uma madrugada aqui em Israel”.

Ao todo, 19 representantes brasileiros compõem a delegação. Estão no país os prefeitos de Belo Horizonte, João Pessoa, Macaé, Nova Friburgo e outras lideranças municipais. O grupo viajou a convite do governo israelense para conhecer projetos voltados à segurança pública e inovação, mas foi surpreendido pela escalada militar.

Com o espaço aéreo israelense fechado para voos comerciais, o Itamaraty informou que avalia a possibilidade de retirada por via terrestre até a Jordânia. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, entrou em contato com os prefeitos Álvaro Damião e Cícero Lucena (João Pessoa) para repassar informações sobre as tratativas diplomáticas em andamento.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que mantém diálogo com autoridades israelenses e jordanianas. O secretário de África e Oriente Médio do Itamaraty solicitou prioridade na saída das delegações brasileiras, mas até o momento a orientação de Israel é para que os grupos permaneçam abrigados até que haja segurança para qualquer deslocamento.

O conflito, que já provocou dezenas de mortes e centenas de feridos em ambos os países, teve início após ataques a instalações militares no Irã. Desde então, os riscos de novos bombardeios aumentaram, deixando as autoridades brasileiras em alerta e dependendo de negociações internacionais para voltar ao país.

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