O governo do Tocantins manifestou interesse em aderir ao projeto de mapeamento aerogeofísico de minerais estratégicos coordenado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia. A iniciativa visa identificar reservas de minerais considerados essenciais para a transição energética, como lítio, cobalto e níquel.

De acordo com o diretor de geologia e recursos minerais do SGB, Valdir Silveira, o estado trabalha para viabilizar uma emenda parlamentar no valor de R$ 40 milhões com o objetivo de participar da iniciativa. O levantamento será realizado em parceria com a empresa espanhola Xcalibur, vencedora da licitação para coletar dados geofísicos em um milhão de quilômetros lineares do território nacional.

O SGB aponta que a participação dos estados é fundamental para ampliar a cobertura do levantamento, diante do orçamento limitado da instituição. Em 2023, o SGB teve um orçamento de R$ 633 milhões, sendo a maior parte destinada a despesas com pessoal.

O projeto utiliza tecnologia aerogeofísica, que permite a coleta de dados sobre o magnetismo, a radioatividade e a densidade das rochas por meio de sensores aéreos. A metodologia é usada para orientar futuras pesquisas geológicas e facilitar a identificação de áreas com potencial mineral.

O Tocantins está entre os estados que constam na lista de áreas prioritárias do SGB, ao lado de Minas Gerais, Pará, Mato Grosso, Goiás e estados do Nordeste. A escolha das regiões é baseada em levantamentos anteriores e em indícios de ocorrência de minerais estratégicos.

Atualmente, cerca de 27% do território brasileiro está mapeado na escala 1:100 mil, considerada padrão para a realização de estudos geológicos com nível de detalhamento adequado à exploração mineral.

A proposta do SGB é firmar parcerias com governos estaduais e empresas públicas e privadas para expandir a base de dados geocientíficos do país. Segundo o órgão, o mapeamento completo exigiria uma ampliação significativa do orçamento e do quadro de servidores.