Tocantins mobiliza lideranças contra alteração no traçado da Ferrovia de Integração Oeste-Leste

28 janeiro 2025 às 17h22

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O traçado da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), que no projeto original liga o Porto Sul, em Ilhéus (BA), a Figueirópolis (TO), está no centro de uma disputa política entre estados. O governo federal avalia alterar o trecho final da ferrovia, direcionando-o para Mara Rosa (GO), o que gerou reação de lideranças tocantinenses.
O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) se manifestou sobre a possível mudança e afirmou que solicitou uma audiência com o ministro dos Transportes, Renan Filho, e a bancada federal do Tocantins. “O Tocantins não pode ser preterido como se fosse menos relevante. Os investimentos locais para atender esse eixo de ligação já estão sendo feitos há mais de uma década. A iniciativa privada e o governo do Estado já investiram na região. Essa seria uma mudança abrupta no planejamento federal que alteraria toda a matriz de crescimento do Tocantins”, afirmou.
A mudança no traçado teria como objetivo conectar a FIOL à Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), permitindo que os grãos produzidos no Centro-Oeste brasileiro sejam escoados pelo Porto Sul, em Ilhéus. Apesar de ser um pleito antigo da Bahia, o Tocantins argumenta que o traçado original é estratégico para consolidar a região como polo logístico e dinamizar a economia do estado..
Mobilização no Tocantins
O deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos) destacou o impacto econômico da alteração e alertou para os prejuízos que ela pode causar aos produtores da região.. “Retirar o entroncamento da FIOL seria um grande erro estratégico para o país e um prejuízo imenso para o nosso estado. O Tocantins é o ponto ideal para consolidar uma plataforma multimodal de logística, beneficiando não só a nossa economia, mas a de todo o Brasil”, afirmou.
Já o presidente da Associação Tocantinense de Municípios (ATM), Diogo Borges, defendeu a união política para garantir que o traçado original seja mantido. “Vamos ampliar o coro de representação institucional e política em defesa da permanência do traçado original da ferrovia. Essa infraestrutura gerará muitos empregos e renda para a nossa população, além de favorecer a arrecadação dos municípios, principalmente aqueles do Sul do estado”, declarou.
A prefeita de Gurupi e presidente do Consórcio Público Intermunicipal para o Desenvolvimento das Regiões Sul e Centro-Oeste (CODER Sul Centro-Oeste), Josi Nunes (UB), também se pronunciou sobre a possível mudança. “A chegada da FIOL ao Tocantins representará uma oportunidade única para dinamizar o desenvolvimento de toda a nossa região. Essa mudança no traçado trará grandes prejuízos não apenas para Gurupi, mas para todos os municípios do entorno, que perderão uma importante fonte de geração de empregos e desenvolvimento econômico”, afirmou.
Articulação em Brasília
O Tocantins busca mobilizar sua bancada federal e lideranças regionais para reverter a proposta. A expectativa é que o Plano Nacional de Ferrovias, que inclui a possível mudança no traçado, seja apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas próximas semanas. Enquanto isso, o estado promete intensificar os esforços para garantir que o projeto original, que conecta a FIOL a Figueirópolis, seja mantido.