Tocantins registra terceira maior taxa de mortalidade materna no país, apesar de queda nacional
09 setembro 2024 às 10h42
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Mesmo com a redução nacional na taxa de mortalidade materna em 2022, o Tocantins permanece como um dos estados com os índices mais elevados. Com 88,7 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos, o estado é o terceiro pior do Brasil, ficando atrás apenas de Roraima (145,2) e Sergipe (98,2). Esses dados são de um levantamento feito pelo Observatório da Saúde da Umane, com base em informações do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do DataSUS.
O Brasil, de modo geral, apresentou uma queda nas mortes maternas, com 1.397 óbitos em 2022, em comparação a 3.058 em 2021, o ano mais crítico da pandemia. A taxa nacional foi de 54,5 mortes a cada 100 mil nascidos vivos, a menor em 22 anos. No entanto, o Tocantins ainda está longe de atingir o nível anterior à pandemia e segue entre os estados mais afetados, principalmente devido à desigualdade no acesso a cuidados de saúde, conforme o estudo.
Especialistas apontam que grande parte das mortes maternas no estado poderia ser evitada. Problemas como complicações no parto, pré-eclâmpsia e falta de um acompanhamento pré-natal adequado são algumas das principais causas. Além disso, Tocantins também apresenta altas taxas de gravidez infantil, fator que agrava o cenário da mortalidade materna, uma vez que meninas em situação de vulnerabilidade muitas vezes não têm acesso a cuidados de saúde apropriados.
O estudo também destaca as desigualdades regionais e raciais na mortalidade materna, com a maior parte dos óbitos ocorrendo entre mulheres negras e pardas. Enquanto estados como Santa Catarina (33,6), Distrito Federal (36,2) e Rio Grande do Sul (39,7) têm as menores taxas, as regiões Norte e Nordeste concentram os maiores índices, refletindo desigualdades no acesso a cuidados de saúde.