Travessias entre o Tocantins, Pará e Mato Grosso estão prejudicadas em razão de seca antecipada 

A seca antecipada está impactando a mobilidade dos moradores do Tocantins, Pará e Mato Grosso. A rota entre Caseara (TO) e Santana do Araguaia (PA), fundamental para o Tocantins e o Pará, também atende cidades do nordeste de Mato Grosso, que dependem de Palmas para compras e serviços. Sem ponte na região, a travessia é feita por balsa. No entanto, em 2024, a seca reduziu significativamente o fluxo de água do Rio Araguaia, conforme relatado por frequentadores da região.

Para atravessar o rio, é necessário utilizar duas balsas. No meio do trajeto, todos os passageiros desembarcam e caminham por uma ilha até a outra balsa, para evitar que a embarcação encalhe devido aos bancos de areia. O tempo de travessia da balsa, que em condições normais varia de 19 a 25 minutos, agora leva entre uma hora e meia a uma hora e quarenta minutos. Isso tem causado atrasos para caminhoneiros que fazem entregas entre Tocantins e Mato Grosso e para aqueles que se dirigem a Palmas em busca de serviços essenciais.

A cidade mais próxima com aeroporto é Palmas, a 600 km de distância, além da travessia de balsa, o que torna a viagem longa e onerosa para quem precisa de serviços na capital.

A Agência Nacional de Águas possui nove estações de monitoramento no Rio Araguaia, todas registrando níveis abaixo do normal. O El Niño afetou o regime de chuvas na região, com precipitação em maio correspondendo a apenas 18% do previsto. Os rios amazônicos, especialmente da margem direita do Amazonas e do sul da Amazônia, são muito sensíveis à redução de chuvas. A drástica redução em maio fez com que os rios respondessem rapidamente, com uma rápida diminuição do nível d’água.

O Serviço Geológico do Brasil alerta que as perspectivas para os próximos meses não são favoráveis. Mesmo que chova acima da média, será insuficiente, pois a média é muito baixa, não havendo tempo suficiente para a recuperação dos rios (Com informações do Fantástico).