Por Elâine Jardim

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Tragédia Anunciada
Responsável por ponte que caiu, chefe do Dnit no Tocantins já havia sido preso pela PF por corrupção em 2017

Renan Bezerra de Melo é suspeito de participar de esquema de desvio mais de R$ 200 milhões do BNDES

Fuga
Justiça mantém ex-governador Mauro Carlesse preso após negar sétimo pedido de liberdade

STJ mantém prisão de Mauro Carlesse por suspeitas de desvio de recursos e tentativa de fuga para o exterior

Investigação
Desabamento de ponte entre Tocantins e Maranhão passa a ser investigado pela Polícia Federal 

Equipes especializadas já foram mobilizadas para analisar causas do acidente e apurar responsabilidades  

Esperança
Caminhões com ácido sulfúrico e agrotóxicos que caíram na ponte JK podem estar intactos, diz PM

Qualidade da água ainda é avaliada pelos órgãos competentes

Reorganização
Tocantins reorganiza fiscalização e reforça segurança sanitária após desabamento de ponte

Trânsito no trecho era de 2.100 veículos por dia 

Queda de ponte entre Tocantins e Maranhão escancara descaso de governos com a região Norte e Nordeste

A tragédia ocorrida na Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, que liga os estados Tocantins e Maranhão, inaugurada ainda durante o governo de JK, há mais de seis décadas, representa mais um capítulo em uma história de descaso e negligência com o Norte e Nordeste do Brasil. O colapso da estrutura, que resultou na morte confirmada de uma pessoa e no desaparecimento de pelo menos 16 outras, evidencia uma tragédia evitável e, pior, anunciada há décadas.

O desabamento da ponte na véspera das festas de Natal e Ano Novo torna essa tragédia ainda mais dolorosa. As vítimas e desaparecidos não eram apenas números, mas pais, mães, filhos e amigos que tinham lares para voltar, mesas para compartilhar e famílias que os aguardavam para celebrar mais um ano. Em uma época em que muitos se reencontram após anos de distância, essa tragédia transforma o que deveria ser um momento de união e alegria em um cenário de perda, incerteza e dor.

Submersos nas águas do Rio Tocantins, além de vidas, estão veículos carregados de substâncias perigosas, como ácido sulfúrico e agrotóxicos, que colocam em risco a saúde e a subsistência de pelo menos 1 milhão de pessoas dos dois estados. Os efeitos dessa contaminação já são sentidos: o abastecimento de água foi suspenso em diversas cidades, e o consumo do rio foi desaconselhado pelos estados.

A precariedade da infraestrutura não deveria ser uma surpresa; especialistas e usuários apontavam, há anos, a necessidade de reparos na ponte, uma obra essencial e abandonada pelo poder público federal. Conforme a população do Bico do Papagaio, o único reparo que a ponte teve ocorreu no segundo mandato do presidente Lula. A população reafirmou que não há histórico de manutenções antes ou depois desse período.

Além do impacto regional, a tragédia ecoa um cenário nacional de desigualdade: quando desastres semelhantes ocorrem no Sul e Sudeste, a mobilização política, os recursos e a cobertura midiática são imediatos e abrangentes. Entretanto, os problemas enfrentados pelo Tocantins e Maranhão parecem relegados ao esquecimento. A resposta tardia destaca o que moradores do Norte e Nordeste já sabem há anos: suas vidas têm menos peso no tabuleiro político do Brasil.

Agora, além das buscas pelos desaparecidos e da remoção dos escombros e veículos submersos, é imperativo que a reconstrução da ponte venha acompanhada de garantias concretas de segurança, manutenção e monitoramento. Mais do que nunca, a população exige que essa tragédia sirva de marco para uma nova postura em relação à infraestrutura nas regiões Norte e Nordeste — uma dívida histórica que o país não pode mais ignorar.

BR-226
Ministro dos Transportes, Renan Filho garante reconstrução da ponte em trecho federal entre Tocantins e Maranhão

Ponte JK caiu entre as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO) deixando mortos e desaparecidos

TRagédia
Ponte da década de 60 que liga o Tocantins ao Maranhão cai e deixa vítimas neste domingo

Ponte começou a ceder quando morador gravava vídeo mostrando rachaduras