Sem pagamento de emendas impositivas, Geo provoca governo: “não faltam recursos pra bancar palco, som e festa”

01 abril 2025 às 21h44

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O deputado estadual Junior Geo (PSDB) mais uma vez utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto) para cobrar o repasse das emendas impositivas pelo governo do estado. A discussão, que já havia gerado um embate com o deputado Léo Barbosa (Republicanos), filho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), voltou ao centro do debate nesta terça-feira, 1º de abril.
Dessa vez, Geo levantou questionamentos contundentes sobre os critérios utilizados pelo governo para liberar ou reter emendas. Segundo ele, há recursos para shows, mas não para áreas essenciais como saúde e assistência social. O parlamentar acusou a gestão estadual de barrar valores previamente destinados a entidades como a Apae de Alvorada, a Polícia Militar do Tocantins e o Pró-Rim, instituição que atende pacientes renais crônicos em tratamento de hemodiálise.
“Presidente, desviaram 100 mil reais da Apae de Alvorada, desviaram mais de meio milhão de reais da Polícia Militar do Tocantins, desviaram 150 mil do Pró RIM, que atende pessoas de todo o estado que fazem tratamento de hemodiálise com problemas renais crônicos. Quantas pessoas vieram a óbito em 2024 e quantas vidas poderiam ter sido salvas com 150 mil destinado ao Pró-Rim?” questionou o deputado.
A declaração do parlamentar toca em um ponto sensível: a transparência na execução das emendas impositivas. As emendas são recursos que os deputados têm direito de indicar no orçamento para destinação a projetos e entidades, e seu pagamento pelo governo é considerado uma obrigação legal. No entanto, Geo denuncia que há um viés político na liberação desses valores.
“Eu aviso ao então governador do estado, que eu não negocio, eu não estou aqui para negociar, ‘vem conversar comigo, vamos estreitar a conversa’ para liberar emenda que é impositiva e é obrigação do governador pagar. Isso aqui não é balcão de negócios, isso aqui não é negociata, não estou aqui para isso, não fui criado nesse meio e não participo de ações como essa”, afirmou o deputado.
O embate coloca em evidência uma possível instrumentalização das emendas como moeda de troca política. Geo sugere que o governo prioriza pagamentos para eventos festivos, enquanto projetos sociais e instituições de assistência sofrem com atrasos ou cortes.
“Hoje por coincidência é primeiro de abril, mas o que estou falando aqui é só a verdade. Vamos verificar quantas emendas para show foram pagas. O ideal seria fazermos uma CPI para verificar para onde estão sendo direcionados esses recursos das emendas parlamentares. Por que o critério para uns e outros não? Que tipo de distinção está sendo feita aqui? Será que eu preciso destinar para show para que ocorra pagamento?” provocou o parlamentar.