Faltou Dizer

A principal motivação por trás dessa concessão não é reconhecimento de que, embora as redes sociais apresentem riscos, elas também podem desempenhar um papel importante no crescimento e desenvolvimento dos jovens

Ambas as ideias são inaceitáveis e carecem de base jurídica

Bonny Fonseca
O Brasil tem o Congresso Nacional descompromissado com as necessidades dos mais vulneráveis, com a economia, com os Direitos Humanos, com emprego e com uma série de questões urgentes. O reacionarismo do parlamento legisla em causa própria e prioriza interesses alheios às prerrogativas basilares de deputados e senadores.
No jornalismo, é um equívoco generalizar qualquer coisa, pois todo fato tem dois lados, mas quando falamos sobre o Congresso Nacional, a generalização costuma acertar, porque poucas andorinhas não fazem verão. Irônico falar em verão, já que não temos mais inverno e o país atravessa um inferno defumado pelo que queima nas produções de soja no Sudeste e Centro-Oeste do país e da Amazônia.
Na tarde desta terça-feira, 10, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara tentou votar a anistia aos presos das manifestações que ocorreram após as eleições de 2022 enquanto o senhor Luiz Antônio apagava um incêndio na sua propriedade com uma mangueira de jardim.
A imagem foi revelada pela Globo News e foi o retrato do atual parlamento. A extrema direita organizou uma verdadeira balbúrdia a favor que quem tentou depenar a República bloqueando rodovias e depredando os prédios dos três poderes.
Para o parlamento e para a extrema-direita essa é agenda que importa. Por isso a generalização. Existem parlamentares sensatos que têm uma agenda de país e também representando suas regiões e estados, mas, infelizmente, são poucos. Ao mesmo tempo, vemos a população cooptada por um discurso de ódio onde absurdos passam com naturalidade aos ouvidos de muitos.

Vítimas, sempre, devem estar no centro dessa discussão; elas são quem mais sofrem, e é em torno de sua proteção que as políticas públicas devem se estruturar

O grande mal desse momento que a humanidade atravessa é que isso se espalha para todos os ambientes e o pior deles é na política, porque acaba por influenciar decisões de estado

A desgraça recai justamente sobre o Ministério de Direitos Humanos, que deveria prezar pelo bem-estar das pessoas mais vulneráveis

Texto: Giovanna Campos, para o Jornal Opção
“Antissistema” e “antiestablishment” são movimentos ou indivíduos que se opõem ao status quo político, econômico ou social em vigência. Num celeiro de políticas populistas, como é o Brasil, líderes ou grupos se apresentam como representantes da “voz do povo” contra uma elite percebida como corrupta ou desconectada das necessidades da população em geral. Eles podem se manifestar tanto à esquerda quanto à direita do espectro político.
Isso porque, no final das contas, esquerda e direita são dois lados na mesma moeda dentro de um sistema corrupto e fracassado. As pessoas logo se fartam da “velha política” e da terceira idade que se traveste de nova geração. Na crise de verdade enfrentada pelo 4º poder, as redes sociais emergem como potência: dando voz a idiotas, construindo ou destruindo pessoas.
Sábio é quem usa os meios de comunicação e não se deixa ser usado por eles. Tolo é quem, em negação ao progresso, deixa de se comunicar com a massa por não entender a importância das redes sociais. A comunicação elege, mas também prende políticos. A imprensa, e também os canais digitais, são poderosos e fraco e quem os menospreza. Bolsonaro, por mais estúpido que possa parecer, não conseguiu apoio político para formar um partido. Isolado, se elegeu com o apoio massivo das redes sociais.
Espertos, os políticos do espectro à direita parecem mais atentos ao fenômeno. Surfando na onda, elegem-se Gayer’s, Ferreiras’s e Marçais. Enquanto isso, a esquerda ainda sofre para escolher um sucessor de Lula. Haddad é muito acadêmico, Boulos é extremista e Ciro é rancoroso demais. Talvez o Brasil ainda não esteja preparado para nem sequer pensar em um nome feminino.
Mas a esquerda, assim como alertou Mano Brown em 2018, tem que voltar para a base. Em 2024, seis anos depois, o espectro parece que ainda não conseguiu se reconectar com o seu público. Independente de como se apresenta o líder ou partido, o deslocamento da realidade e a polarização nada produzem de positivo. No fim das contas, a população só quer representatividade e qualidade de vida.

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