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Neste contexto, faltando algumas semanas para as convenções partidárias de 2024, que definirão os candidatos a prefeito nas mais diversas cidades, é importante fazer um Raio-X das principais cidades tocantinenses. Optamos por analisar aquelas em já foram divulgadas pesquisas eleitorais legalmente registradas, obedecendo critérios técnicos e científicos. 

Disputa em Palmas não sofreu alterações desde a definição dos nomes

Na capital do Tocantins, Palmas, município em que a atual prefeita não pode concorrer ao próprio cargo, pesquisa divulgada recentemente pela Real Time Big Data indica que a deputada estadual, Janad Valcari (PL) lidera a disputa com 46% das intenções de voto. Ainda sem o apoio explícito do governador Wanderlei Barbosa (REPU), a aposta é que isso ocorrerá em breve, visto que tanto o filho do governador, o deputado estadual Leo Barbosa (REPU), quanto o irmão, o vereador e pré-candidato a reeleição, Marilon Barbosa (REPU) apoiam – declaradamente – a candidatura da parlamentar liberal. Caso isso efetivamente ocorra, há chances de a eleição ser resolvida ainda no primeiro turno.

Seu adversário mais próximo é Eduardo Siqueira Campos (PODE) que obteve o segundo lugar, ao atingir 19% das intenções de votos. A bem da verdade, considerando as margens de erro do levantamento, ele estaria tecnicamente empatado com o pré-candidato e aliado da prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB), deputado estadual Professor Junior Geo (PSDB) com 14%, e o ex-prefeito da capital, Carlos Amastha (PSB), com 13%. Essa fotografia momentânea do cenário, batida em junho de 2024, revela que a possibilidade de segundo ainda existe, em que pese ser bem remota.

Em Gurupi, a capital da Amizade, o cenário encontra-se muito indefinido

No sul do Estado, a disputa em Gurupi será entre a atual prefeita, Josi Nunes (UB), o deputado estadual Eduardo Fortes (PSD) e o empresário Cristiano Pisoni (PSDB). Os dois primeiros – com candidaturas consolidadas – se mantém com índices estagnados, contudo, Fortes tem 40,33% das intenções, à frente da gestora municipal com 30,83%, segundo recente pesquisa do Instituto ABR. Ainda não é possível definir se ambos já chegaram ao teto ou trata-se apenas de um esfriamento natural, pré-convenções. Já o outsider, Cristiano Pisoni, embora ainda longe dos líderes, vem crescendo nas pesquisas e já atingiu 9,5% das intenções de votos, um aumento de 3,5% se comparado às últimas pesquisas divulgadas, em que aparecia com apenas 6%. Em todo caso, ainda é uma incógnita.

Considerado um ponto fora da curva, em Paraíso, o atual prefeito voa em céu de brigadeiro

A capital do “Vale do Araguaia”, Paraíso do Tocantins, apresenta disputa polarizada entre o prefeito Celso Morais (MDB) e o ex-deputado federal Osires Damaso (REPU), apoiado pelo governador Wanderlei Barbosa. O gestor municipal mantém a liderança, segundo o Instituto IPEX: 53% a 34%. A mesma pesquisa indica que Morais é o menos rejeitado com apenas 16% do eleitorado desaprovando-o. O prefeito goza de boa popularidade e sua gestão é aprovada pela maioria dos munícipes, conforme levantamentos anteriores. Trata-se de um quadro difícil de ser revertido por Damaso. É claro que em política, não existe nunca. Entretanto, neste caso específico – a não ser que haja um fator externo – é muito provável que Celso Morais seja reconduzido ao cargo de prefeito.

Em Araguaína, a capital do boi gordo, o atual gestor aparece como favorito

Em Araguaína, cidade polo referencial da região norte do Estado, o Instituto Gauss indicou que o atual prefeito, Wagner Rodrigues (UB) tem 56,6% dos votos, enquanto seu adversário mais próximo, o deputado estadual Jorge Frederico (REPU) – declaradamente apoiado pelo governador Wanderlei Barbosa – tem apenas 26,1%. Assim como ocorre com Paraíso, a administração do gestor é bem avaliada pela população. A máquina administrativa Palaciana tentará, a todo custo, reverter o quadro em favor de Frederico. Em que pese este período ainda ser apenas de pré-campanha – havendo muitas outras possibilidades e ocorrências – não é muito difícil prever que não será tarefa fácil “tomar” a eleição do atual prefeito.

Berço da história tocantinense, Porto Nacional terá disputa de titãs

O processo eleitoral em Porto Nacional é um caso “sui generis”. Contando com um eleitorado muito diferenciado, uma vez que parte dele reside na sede do município e outra no próspero distrito de Luzimangues (12 km de Palmas e 60 da “comarca”), a disputa se encaminha para polarização. O atual prefeito, Ronivon Maciel (UB) tenta a reeleição contra um tradicional cacique político da região: o deputado federal Toinho Andrade (REPU), apoiado pelo líder da sigla no Tocantins, o governador Wanderlei. A última pesquisa divulgada pelo Instituto VOPE, traz o atual gestor municipal com 35% das intenções de votos, enquanto Andrade já conta com 31%. Acirradíssima, portanto, a disputa. O prefeito tem como seu vice atual, o intrépido Joaquim do Luzimangues e este fato pode ter peso. Contudo, o adversário também escolheu um vereador de mandato – eleito com votos do Distrito – para compor a chapa na condição de vice: Soares Filho (PP). Neste município, o cenário é totalmente indefinido, pelo menos neste momento.  

Primeira capital do Tocantins, Deputado Ivory criou oposição inexistente até então em Miracema

A prefeita Camila Fernandes (REPU) parecia estar com sua reeleição garantida, em razão dos adversários até então declarados, não conseguirem musculatura política e nem tampouco formar um grupo sólido. A decisão do deputado estadual Ivory de Lira (PCdB) de entrar na disputa e aglutinar os oposicionistas mudou completamente o cenário eleitoral. Apesar da última pesquisa eleitoral – divulgada pelo Instituto Polling Data – demostrar que a atual prefeita ainda permanece na frente com 44% das intenções de votos, o adversário se aproxima perigosamente, com 38%, um crescimento vertiginoso e acima da média pelo pouco tempo de pré-candidatura.

Um fator, neste caso, que precisa ser evidenciado é a “encrenca” que a base aliada do governador Wanderlei Barbosa trouxe para o embate. O deputado estadual Nilton Franco (REPU) insistiu na filiação de Camila ao partido do governador dentro do prazo eleitoral. O problema é que o parlamentar só decidiu disputar o pleito após o fechamento da janela partidária. Como é sabido, Ivory é aliado de primeira hora do governador Wanderlei nas votações da Assembleia Legislativa, restando claro que a filiação de Camila ao Republicanos soou como um irreversível “fogo amigo”. Este é um dos municípios que, certamente, o gestor estadual se manterá neutro. Se precisar passar por lá, durante a campanha, será sobrevoando, sem se comprometer com nenhum dos postulantes.